"Sexo e as Negas" estreia em meio a polêmicas sobre preconceito e racismo

Do UOL, no Rio
Anderson Borde/Agnews
Miguel e as protagonistas da série: Karin Hils, Lilian Valeska, Corina Sabbas e Maria Bia

Amores, encontros, desencontros, sonhos, desejos e os problemas diários de quatro amigas. Estes são os fios condutores da série 'Sexo e as Negas", de Miguel Falabella, que estreia nesta terça-feira (16) na Globo em meio a polêmicas sobre preconceito e racismo. Antes mesmo de ir ao ar, a atração sofreu críticas e até ameaças de boicote por parte de diversas organizações do movimento negro e de mulheres. 

No olho do furacão desde a sua apresentação, a série é inspirada no sucesso da televisão mundial "Sex and the City". Falabella, no entanto, optou por criar uma história mais próxima da realidade brasileira.  
 
"É uma série de humor, mas é também uma série de gente, que luta para sobreviver, luta contra as dificuldades e luta pela felicidade. Temos quatro mulheres buscando um homem mítico ideal como todas as outras do planeta. Elas querem estar bonitas, querem estar na moda e têm todos os problemas de outas mulheres do planeta."
 
"Sexo e as Negas" vai mostrar as histórias de quatro amigas moradoras de Cordovil, no subúrbio do Rio: a camareira Zulma (Karin Hils), a recepcionista Lia (Lilian Valeska), a operária Tilde (Corina Sabbas) e a cozinheira Soraia (Maria Bia). Elas tocam suas vidas lidando com sentimentos como desejo, medo, prazer e insegurança. As quatro também fazem questão de aproveitar os prazeres do cotidiano, como uma noite animada no baile da comunidade.
 
Quem narra este dia a dia repleto de conflitos típicos do universo feminino é Jesuína (Claudia Jimenez), dona de um bar e da rádio local. Cada episódio terá um tema como base. A estreia, que trata sobre mobilidade, começa com a comerciante contando como foi sua chegada à Cidade Alta, a partir das remoções do Morro do Pinto — o ponto de partida para um problema crônico de transporte no Rio. Depois serão abordados outros assuntos, como cabelos, desapego e preconceito. 
 
Além das histórias, aventuras e dilemas que as quatro protagonistas vivem na série, um musical que acompanha cada final de episódio. Zulma, Lia, Tilde e Soraia sonham que se transformam em "As Marvelletes", banda composta por cantoras negras norte-americanas que fez sucesso na década de 60. "Na verdade, eu não pensei em nada musical. Mas ter essas quatro vozes raras e não dividi-las com o público é, no mínimo, mesquinharia da minha parte. Mas como eu não tinha como entrar com a música na dramaturgia, eu inventei essa história do sonho, do imaginário delas", explicou Falabella.