Bial diz que Sheherazade representa pensamento de boa parte dos brasileiros

Do UOL, no Rio
Divulgação/TV Globo
Apresentador vai estrear a terceira temporada do "Na Moral" no dia 3 de julho

Prestes a estrear a terceira temporada do "Na Moral", no próximo dia 3 de julho, Pedro Bial afirmou que convidaria a âncora do SBT Rachel Sheherazade para participar do programa se ela não estivesse em outra emissora. "Certamente ela seria convidada. Ela representa o pensamento de parte significativa dos brasileiros. No ano passado, quando convidei o pastor Silas Malafaia para uma edição, houve resistência da equipe. Mas acho que todos devem ser incluídos no debate, comprometidos com o jogo democrático. Às vezes tenho que engolir em seco, respirar e ouvir coisas com que não concordo. Diagnósticos de Brasil opostos a tudo o que eu penso. E ainda peço à plateia para aplaudir. Muitas e muitas vezes", contou o apresentador em entrevista ao "Segundo Caderno" do jornal "O Globo", das organizações Globo, desta sexta (20).

Bial lamentou o fato de os programas de debate serem cada vez menos frequentes na TV brasileira. E criticou as pessoas repetirem as mesmas opiniões socialmente aceitáveis e pouco sinceras. "Essa falsa etiqueta precisa ser quebrada. A virulência dos debates está monopolizada e deformada pelas redes sociais. Quando mostra a cara, todo mundo posa de comportado. Seremos contundentes, buscamos isso", disse.

Ele adiantou que uma das edições da temporada, sobre o homem digital, será ao vivo. E creditou ao "BBB" a segurança que adquiriu para fazer ao vivo. "O 'BBB' me deu a cancha de fazer o ao vivo não controlado, em que erros podem acontecer, e acontecem. Ora, ninguém vai ao circo para ver o acrobata acertar. Acho que TV é para ser ao vivo, fica 300 vezes mais quente. É a diferença entre a rádio AM e a FM", comparou.

O apresentador também adiantou surpresas na próxima edição do "BBB". "Ano que vem faremos uma edição que vai surpreender muito. O processo de seleção está sendo feito, e participo pela primeira vez. Não vamos reinventar o programa. A virtude dele é justamente a simplicidade. Mas a edição está diferente. Vai ter mais gente com jeito de gente comum, menos modelos", afirmou.

Questionado se gosta de fazer o programa, Bial garantiu que sim. "Na minha vida, tenho uma história para contar: fiz parte de um fenômeno da TV brasileira. Eu me orgulho. Mas fico, sim, machucado e triste de tanto apanhar. É desproporcional. Entendo que odeiem o programa, mas, por isso, quererem destruir tudo? É uma interpretação pobre. Porque fui correspondente e fiz isso e aquilo, o fim da Cortina de Ferro e tudo o mais, é menos nobre apresentar o "Big Brother"? É só um programa de entretenimento, gente", argumentou.

O apresentador afirmou não ler os ataques que lhe são dirigidos na internet. "Não leio, não quero saber. Sempre fui desenturmado, sem jeito para traquejo social. Continuo sendo dessa maneira", disse.