Juliana Silveira será neonazista e matará negros, gays e nordestinos na TV

Carla Neves
Do UOL, no Rio
Munir Chatack/Record
Atriz está no elenco de "Vitória", nova novela da Record

O rosto perfeito e o jeito doce de Juliana Silveira sempre a fizeram ser escalada para viver mocinhas na TV. Desde sua estreia na Globo, em 2002, passando pela Band, em 2005, até sua mudança para a Record, em 2007, a atriz só coleciona boas moças no currículo. A partir do dia 2 de junho, contudo, ela viverá a neonazista Priscila, a primeira vilã de sua carreira em "Vitória", nova trama da emissora. O objetivo da personagem será perseguir negros, gays e nordestinos.

"Não encontro nada de bom na minha personagem. Quero que a novela vá ao ar porque realmente vou ficar assustada se as pessoas se identificarem com ela. Não existe perdão para o que ela faz. A Priscila não é um Félix [papel interpretado por Mateus Solano em "Amor à Vida", que começou a novela como vilão e se redimiu ao longo da história]. Ela é a vilã e ponto final. O fim dela vai ser triste. Não existe essa mulher não ser punida", contou.

Juliana adiantou que a personagem será a líder de uma das células da organização neonazista e vai arquitetar ações contra os grupos que persegue ao lado de Paulão (Marcos Pitombo), Bárbara (Liege Muller) e Enzo (Raphael Montagner).

"Acho que o que mais irrita a minha personagem é um negro bem-sucedido. Para ela é uma coisa horrorosa. Ela não gosta nem de negro, nem de gay, nem de nordestino. Gravamos cenas fortíssimas. No primeiro capítulo ela já mata uma pessoa", afirmou.

Por conta desse comportamento patológico, Juliana afirmou não ver uma redenção para a personagem. "Ela não é uma heroína. Ela é efetivamente uma vilã, é uma psicopata", definiu, acrescentando que o grupo matará as vítimas, mas não deixará pistas. "Eles são extremamente inteligentes, não deixam rastro. Eles acreditam que o país vai ficar melhor sem essas pessoas".

Acostumada a ser querida pelo público, Juliana contou que já está se preparando para ser odiada. "Não vou ser amada não. Não sei como vou me sentir. Acho que de repente vou fazer terapia duas vezes por semana", contou.

Mãe de Bento, de três anos, ela contou que a personagem é tão pesada que chega em casa carregada.  "Estou tentando não levar essas personagem para casa. Porque as outras eu levava de alguma forma, um pouco mais, um pouco menos... Mas a Priscila não dá para levar".

Como a personagem pratica motocross, Juliana disse que fez aula do esporte e aprendeu a fazer as manobras básicas com os dublês. "As cenas mais perigosas serão feitas por eles", explicou. Em relação ao neonazismo, a atriz contou que assistiu a filmes e palestras sobre o assunto. "Não fui a fundo no assunto, até porque me deprime um pouco", justificou.