Para ator da Globo, a televisão está aberta ao teatro e vem se renovando
Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação/TV Globo
Igor Angelkorte é Marcelo em "Além do Horizonte"
Ator, diretor e dramaturgo, Igor Angelkorte estudou direito antes de se descobrir nos palcos e fundar a Probástica Companhia de Teatro, em parceria com a atriz Chandelly Braz. Aos 26 anos e com seis peças no currículo, ele estreou na televisão neste ano, na pele do advogado Marcelo de "Além do Horizonte". Apesar da experiência, o jovem relata ser desafiador interpretar um personagem com ar de comédia.
"Trabalhar com humor tem sido um desafio pessoal. Tenho assistido filmes do Woody Allen, do Charlie Chaplin, para entender como isso (humor) pode existir. Tive medo de cair na caricatura e perder a verdade do personagem", contou o ator em entrevista ao UOL, que para dar vida ao mauricinho Marcelo, também iniciou aulas de polo.
Acostumado com papéis mais dramáticos, o ator sentiu necessidade de migrar para televisão e vê a área como uma oportunidade para os novatos. "A televisão vem se renovando e está à procura de pessoas que sejam realizadoras fora da teledramaturgia. Quem está no teatro, tem seu valor. Os autores querem os novos atores, querem o pessoal do teatro na TV", afirmou ele, que pensa em levar a peça teatral "Desconhecidos" para os cinemas.
Romance
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Igor Angelkorte e Laila Zaid como Marcelo e Pri de "Além do Horizonte"
Colega de tabela de Laila Zaid – a atriz é amiga da namorada de Igor, a também atriz Aline Fanju -, o ator acreditava que o namoro de Marcelo e Pri não seria aceito pelo público, já que ele era noivo de sua prima, Lili (Juliana Paiva), e a arquiteta era namorada de Álvaro (Rômulo Estrella), seu melhor amigo.
"Achava que as pessoas não iam aceitar, não iam 'comprar' o romance da Pri com o Marcelo. Mas na rua, as pessoas dizem 'ainda bem que você largou aquela sua noiva', além de falarem que minha mãe é uma louca. O grande barato da Pri e do Marcelo é o sexo verbal", disse ele, aos risos.
Filho dos personagens de Alexandre Borges e Maria Luisa Mendonça, o ator não se sentiu intimidado na hora de mostrar trabalho. "Sou um cara abusado, no bom sentido (explica). Quando você tem medo já começa o trabalho perdendo. Nos estúdios, a gente se trata de maneira igual", contou .
Apesar do sucesso do casal Pri e Marcelo, a audiência da trama não tem sido das melhores, marcando 18, 20 pontos no Ibope, abaixo de sua antecessora "Sangue Bom", que teve média geral de 24,6 pontos, ainda assim abaixo dos 30 característico do horário.
Igor vê a rejeição do público, em um primeiro momento, como algo "natural". "A proposta da novela é ousada e muito arriscada. Isso é muito bem vindo na teledramaturgia. Não vemos novela da sete com suspense, romance, mistério. É natural que o público tenha demorado a entender a trama. Vejo especificidade e não mais do mesmo no texto dos autores [ Marcos Bernstein e Carlos Gregório]", declarou o ator.
Com quase 100 capítulos, o folhetim dirigido por Gustavo Fernandez e Ricardo Waddington deu um gás no último mês e fez com o público passasse a entender a utópica busca pela felicidade - cercada de armações e mistérios em volta da Comunidade. "A felicidade está nas pequenas coisas, é algo que a gente toca às vezes, mas que não conquistamos", finalizou Angelkorte.