Nova série do "Fantástico" reúne Maria Fernanda Cândido e Luiza Brunet

Sabrina Grimberg

Do UOL, no Rio

O diretor Luiz Fernando Carvalho reuniu nesta terça-feira (8), no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, Maria Fernanda Cândido, Luiza Brunet, Alessandra Maestrini e a top model Cintia Dicker para falar de "Correio Feminino", nova série do "Fantástico" que estreia no dia 27. O especial, de oito episódios com aproximadamente dez minutos em cada domingo, reúne crônicas escritas por Clarice Lispector sob o pseudônimo de Helen Palmer, usada pela autora nas décadas de 50 e 60.

Na história, Maria Fernanda Cândido fará a narrativa como Helen Palmer e as demais atrizes interpretam as três mulheres em diferente gerações: a Lolita (Cintia Diecker), a mulher (Alessandra Maestrini) e a mulher madura (Luiza Brunet). Todas sem falas, em uma espécie de cinema mudo.   

"Era um ensaio de conhecimento múltiplo onde a interpretação muda de "faça" para "seja". Estávamos todas com medo. Cinema mudo existe há muito tempo, mas nenhuma de nós tinha feito", brincou Alessandra Maestrini, arrancando risadas durante o lançamento. "Eu me identifiquei muito antes de gravar. Ele me contou como era a personagem, uma mulher apaixonada por tudo, pela vida, pelo homem, desengonçada e eu disse "essa mulher sou eu"", completou Maestrini.

De volta à TV, Luiza Brunet conta que confiou no próprio Luiz Fernando Carvalho para compor sua mulher madura. "Foi um convite inusitado na minha carreira porque eu já tinha praticamente desistido da carreira de atriz, o meu último trabalho tinha sido em "Anjo Mau" (1997), depois foram papeis como eu mesma. Quando o Luiz Fernando me fez o convite eu fiquei impressionada em ser dirigida por ele num papel tão especial, que não tem voz, mas todo o corpo fala com emoção. Foi emocionante e valeu muito a pena ter tido coragem para fazer", orgulha-se Luiza, aos 51 anos.

Em mais um trabalho com Luiz Fernando Carvalho, Maria Fernanda Cândido contou sobre o processo de criação da narradora. "Ficamos todas juntas num laboratório (num galpão). Eu ficava numa cápsula em que ensaiava os textos e as meninas, do lado de fora. Observava o que elas faziam e eu dizia o meu texto. Construímos tudo juntas", explica a atriz.

Segundo Luiz Fernando Carvalho, que sempre imprime características muito fortes em seus trabalhos, como "Hoje É Dia de Maria" e "Capitu", um dos desejos era que o elenco tivesse coragem para se reinventar. "Inventamos um programa no momento de fazer. Tivemos coragem de pertencer ao desconhecido, sem saber para onde estávamos indo. Referências iam desaparecendo e ficando só o sentimento", explica o diretor, com a vontade de flutuar entre a máscara de Helen Palmer e a verdadeira Clarice Lispector. Luiz Fernando Carvalho acrescenta que já há um interesse dele e da emissora em gravar uma nova temporada.

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