"Pais mandam crianças cantarem Dominó para impressionar", diz Afonso, jurado do "Ídolos Kids"
James Cimino
Do UOL, em São Paulo
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Francisco Cepeda/AgNews
Afonso Nigro e João Gordo participam da entrevista coletiva para apresentar o "Ídolos Kids" (28/8/12)
- Record diz que não se responsabiliza pelo sucesso de vencedor do "Ídolos"
Além da quinta temporada do reality musical "Ídolos", a Record vai investir na versão infantil do programa. Estreia no dia 5 de setembro, às 21h45, "Ídolos Kids", com apresentação de Cássio Reis e um júri composto por João Gordo, Kelly Key e o ex-vocalista da banda pop Dominó, Afonso Nigro. Durante evento de lançamento do programa, o cantor e produtor musical contou que os pais das crianças que participam do reality pedem para os filhos cantarem músicas do extinto grupo dos anos 1980 com o intuito de impressioná-lo.
"É muito engraçado. Eles chegam cantando 'Manequim', mas eles não sabem o ritmo, não têm a menor ideia de que música é aquela. Por isso a gente já estipulou que, durante as audições, as crianças vão cantar duas músicas. Em geral a primeira foi o pai ou a mãe que mandou. Na segunda a gente diz para a criança cantar o que ela quer. Em geral eles cantam Restart."
Afonso falou, no entanto, que as artimanhas dos pais não impedem que eles desclassifiquem uma criança. Porém, ressaltou que tudo é feito de forma a não traumatizar o candidato. "O que eu costumo fazer é dizer para a criança que ela ainda não está preparada e que tente na próxima edição. Outra tática e procurar alguma outra aptidão e direcioná-la para aquilo. Por exemplo: tinha uma menina que tinha 12 anos e tinha a minha altura. Ela era linda, mas não cantava bem. Perguntei para ela se ela já tinha desfilado e recomendei que fosse atrás dessa carreira."
Assim como na versão adulta, há um prêmio para o vencedor, só que menor: R$ 100 mil. O dinheiro, segundo Afonso, acaba colocando certa pressão dos pais em relação às crianças. "No primeiro dia, a gente se sentiu meio pesado ao final das audições. Acho que era a energia dos pais cujos filhos foram reprovados, porque, na verdade, quem recebe o não são eles, não as crianças. Lembro quando eu comecei, com oito anos, recebia vários nãos. Um vez chorei muito, depois passou. De certa forma ajuda a gente a formar nosso caráter e saber que nem sempre podemos ter tudo o que queremos."