No ar como o persistente Josué, de "Amor Eterno Amor", Raphael Viana tem aproveitado a boa repercussão que seu personagem tem tido com o público, que torce pelo casal que forma com Valéria, interpretada por Andréia Horta, no folhetim de Elizabeth Jhin. "Acredito que o crescimento veio com o trabalho. Faço teatro há muitos anos e não quis pular etapas. Fui aprendendo e sigo assim. Essa postura me ajuda a melhorar", garante o ator, que é um dos fundadores da Companhia Íntima de Teatro. "Amo teatro e ali me renovo. Fiz dali a minha escola e seguirei nessa atuação. Mas a televisão também é importante no meu trabalho e estou agarrando as oportunidades", explica.  

Pop Tevê –  Seu personagem passou da função de apaixonado que tenta conquistar a mulher para o homem que ela corre atrás. Como analisa essa trajetória do seu papel?  

Raphael Viana – Quase todo mundo já passou pela situação de amar sem limites e correr atrás dessa paixão, que às vezes é correspondida ou não. O Josué mostra que seu amor por Valéria é real. E quando me abordam na rua é sempre para apoiar a relação dele com a personagem da Andréia Horta. Agora, ela está com ciúmes porque ele começa a chamar a atenção de outras mulheres já que eles estão morando no Rio.

Pop Tevê – A postura de peão de Josué é uma característica muito forte. Como foi montar esse personagem?

Raphael Viana – A experiência de gravar em Marajó foi essencial para isso. Lá conseguíamos ter contato diário com peões da região durante as gravações. Um deles me deu um chapéu de presente pois disse que eu provei ser um peão de verdade. Isso me emocionou muito e um dia ainda vou aparecer usando esse chapéu. Além disso, eu já tinha certa familiaridade com a vida na roça. Nasci em Barra Mansa, uma cidade pequena perto do Rio, e passava as minhas férias em Bananal, no interior de São Paulo. Já conhecia bem cavalos e a cultura de lugares pequenos.

Pop Tevê – Esse é o seu primeiro trabalho com a Elizabeth Jhin. Como é trabalhar com o texto dela?

Raphael Viana – Eu me dei muito bem com o roteiro dela. Isso foi um dos grandes facilitadores para mim. Apesar de não ter um sotaque tão marcado, o marajoara tem uma maneira de falar. Ela coloca isso já na nossa boca, com a conjugação do tu e as expressões como "égua". Nós batemos bem desde a primeira vez que nos encontramos. Então consigo entender a proposta dela assim que leio. E acho que ela consegue ver o que ela imagina quando vê o meu personagem. Rolou sintonia.  

Pop Tevê – Muito se fala sobre uma possível escassez de galãs da sua faixa etária. Você acredita que pode alcançar esse "status" na tevê?

Raphael Viana – Eu não esperava isso. Comecei no teatro e tenho uma companhia há sete anos. Minha primeira novela foi em 2006, "Bicho do Mato", da Record. Depois fiquei um tempão fazendo teatro até participar de "Passione" e emendar em "Araguaia". Aí sim acredito que consegui mostrar um pouco mais a minha atuação na tevê. Não sei bem como era o tamanho do meu personagem em "Araguaia", mas sei que eu e Suzana Pires conseguimos uma ótima trama ali. Agarrei com unhas e dentes as oportunidades que foram me dando dentro da trama. Claro que reconhecimento é sempre bom. E acho que tenho conquistado cada vez mais espaço na tevê. Adoraria a oportunidade mas acho que chegará na melhor hora.