| 04/03/2007 - 16h57 A decadente Copacabana, de "Paraíso Tropical", substitui o Leblon burguês de Manoel Carlos Do PopTevê Divulgação / TV Globo Camila Pitanga interpretará Bebel, uma ambiciosa prostituta | A partir desta segunda-feira (5/3), o horário das oito da Globo perde o charme das ruas do Leblon, cenário principal de "Páginas da Vida", e passa a retratar a decadente Copacabana --bairro carioca outrora cantado em verso e prosa e famoso internacionalmente como um dos mais belos cartões-postais brasileiros.
"Paraíso Tropical", a nova novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, vai ambientar na "princesinha do mar" uma história cheia de cobiça, inveja, amor e sedução. É um universo que os autores conhecem bem e já utilizaram em outras tramas. "A novela é sobre o Brasil contemporâneo, com todas suas belezas e problemas. E também fala de um amor incontrolável", justifica Gilberto.
Com "Paraíso Tropical", Gilberto revisita o bairro onde passou boa parte da adolescência e ambientou "Dancing Days", de 1978, um de seus maiores sucessos. "Todos os personagens moravam no bairro. Tinha o Mário Lago cantando com o Dick Farney. Muitos ainda devem se lembrar", recorda. Quase 30 anos depois, o autor não deixa de mostrar o que resta de glamour no bairro.
Luxo e charme também estão presentes na vida de Antenor Cavalcanti, empresário rico e de pulso firme interpretado por Tony Ramos. O ator não trabalhava numa trama de Gilberto desde "O Primo Basílio", de 88. "É um personagem muito contraditório. A princípio, o público não vai entender muito bem quem ele é, porque ele parecerá um vilão, mas também terá atitudes legais", antecipa Tony.
Antenor é filho de um ex-presidiário trambiqueiro --papel de Hugo Carvana--, que construiu um império com um conglomerado de hotéis no Brasil e no exterior. A sede de suas empresas, claro, fica em Copacabana.
É lá também que trabalham Daniel e Olavo, intepretados por Fábio Assunção e Wagner Moura. O primeiro é filho do caseiro de Antenor e subiu na vida honestamente. Olavo é sobrinho do empresário. Ardiloso, faz tudo o que pode para chegar à presidência das empresas. O problema é que Daniel é o preferido na linha sucessória. "Ele tem uma relação superpositiva com a vida, é bom caráter, mas se tiver que comprar briga, vai comprar", analisa Fábio. A princípio, o moço parece bem ingênuo e acaba caindo numa tremenda armadilha de Olavo. "Ele não tem o menor escrúpulo e se esconde na pele de um dissimulado", avalia Wagner. Tudo acontece quando Daniel é designado pelo patrão a resolver a compra de um resort na Bahia. Lá, Daniel descobre que nas terras do hotel funciona um bordel.
Antenor manda que Daniel feche o "estabelecimento" e nesse meio tempo ele conhece Paula, interpretada por Alessandra Negrini, a filha de Amélia (Suzana Vieira numa rápida participação), a cafetina local. Sem saber de nada, ambos se encontram em circunstâncias alheias à missão de Daniel. Paula o salva de um naufrágio e a paixão surge à primeira vista. "Acredito nessas paixões fulminantes. Tem mais é que se atirar mesmo", opina Alessandra.
Por causa de uma armação de Olavo, Daniel acaba preso acusado de aliciar uma menor. Com isso, o romance principal da trama entra em rota de colisão. Como Daniel não aparece para buscar Paula no local combinado, ela entende que foi enganada e viaja para Manaus. Ele retorna ao Rio, e quase morre do coração quando encontra a amada em Copacabana.
Mas ela não é a doce Paula, mas sim a alpinista social Taís, irmã gêmea da moça, que nada sabe sobre o parentesco. "No texto do Gilberto a diferença entre as gêmeas é muito clara. Meu trabalho é apenas conduzir a atriz para que ela não se perca com o gestual e o tom", minimiza Dennis Carvalho, em seu décimo trabalho com o autor.
Além de Alessandra Negrini, que vive as duas irmãs, Camila Pitanga promete colocar fogo na trama como a prostituta Bebel. Sensual até o último fio de cabelo, a moça deseja subir na vida e se tornar rica. "Ela gosta do que faz e faz bem. Por dinheiro, é capaz de qualquer coisa", define Camila.
(Carolina Marques) - Mais
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