| 28/02/2007 - 20h55 "Acho que será uma boa brincadeira", diz Negrini sobre as gêmeas de "Paraíso Tropical"; leia mais Do PopTevê Divulgação / TV Globo Alessandra Negrini interpretará gêmeas em Paraíso Tropical | Vestida com um tomara-que-caia vermelho, a sexy Alessandra Negrini nem de longe lembra a doce e romântica Paula, uma das personagens que irá interpretar em "Paraíso Tropical", novela que estréia na Globo na próxima segunda (5/3). Mas poderia ser facilmente confundida com Taís, o outro papel que terá na trama de Gilberto Braga.
Explica-se: Alessandra tem pela frente a tarefa de dar vida a irmãs gêmeas bem diferentes em seu primeiro trabalho com o autor. Enquanto Paula exibe um figurino romântico, Paula é sensual e provocante.
Substituta de Cláudia Abreu, que engravidou e não pôde participar da novela, a atriz se mostra confiante. "Não trabalho com medo ou receio. Trabalho a partir do encanto da vida, de bons papéis e estes, sem dúvida, são ótimos. Acho que será uma boa brincadeira", diz.
Alessandra ainda não começou a fazer Taís, a gêmea má da história. Mas fez várias cenas como Paula. Na trama, uma não sabe da existência da outra. "Elas só vão se conhecer mais para a frente", avisa a atriz. Enquanto Paula foi criada pela mãe Amélia (Suzana Vieira, numa rápida participação) e dela recebeu muito amor, Taís é criada pelo avô Isidoro (Othon Bastos), classificado de medíocre pela neta.
O desejo de Paula é ter uma família com Daniel (Fábio Assunção), o homem da sua vida, que conhece durante uma viagem do rapaz ao Nordeste. Os dois vivem um amor à primeira vista com direito a pedido de casamento. "Acredito nessas paixões fulminantes. Ambos acreditam que encontraram sua alma gêmea. Quando isso acontece, tem de abrir o coração e ir", avalia. Numa conspiração do malvado Olavo (Wagner Moura), o inimigo não declarado de Daniel, o casal se separa e Paula tenta seguir sua vida na Amazônia.
A má
Aí Taís entra em cena mostrando muito bem a diferença que há entre as irmãs. Ela detesta ser pobre e o que mais deseja é ascender socialmente sem ter de fazer o mínimo esforço para isso. Taís só se permite armar e se dar bem. "Ela é produzidérrima, esperta e pragmática", enumera Alessandra, que não quer criar gêmeas estereotipadas. "Minha composição é muito mais interna. Não trabalho com tipos, prefiro que elas desabrochem e que o público possa reparar na alma de cada uma", teoriza.
Taís vive no decadente bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, que será o principal cenário da novela. É lá que ela vai aplicar seus golpes e conhecer gente como Cássio (Marcelo Antony), com quem tem um caso movido apenas pelo desejo. "Eles não são apaixonados. Mas existe desejo, tensão sexual entre eles. De qualquer forma, ela não quer ser mulher dele", adianta a atriz.
Alessandra não vê Paula como a irmã ingênua da história. "A gente tem a tendência de achar que os bons são ingênuos. Paula não. Ela luta pelo que quer", define. Já com Taís, Alessandra espera exercitar a ironia. "Ela é engraçada, inteligente, tem um olhar mais desconfiado", explica. A atriz não parece preocupada em elaborar demais a composição das personagens. Tem seguido à risca o texto de Gilberto Braga e por enquanto só pensa em Paula. "Estou me jogando de cabeça na Paula e vou me lançar na Taís quando for o momento. Minha forma de atuar é de dentro para fora", pondera.
Ainda na fase de reconhecimento de terreno, Alessandra espera poder conversar com Glória Pires, colega de elenco, que já viveu a mesma situação ao fazer Ruth e Raquel, em "Mulheres de Areia". Ao mesmo tempo, não teme comparações com a veterana. "Nem penso nisso. E acredito que a gênese das personagens seja diferente", esquiva-se ela, que aponta as diferenças entre Paula e Tais.
"A Paula está pronta para o amor, e a Taís se defende do mundo. O sentimento dela é o de rejeição", justifica. Aos 36 anos, Alessandra está buscando um pouco de cada personagem na própria vivência. "Tenho um pouco das duas dentro de mim e isso vai estar evidente", diz a paulistana, que vê em Copacabana uma excelente inspiração para ambos os papéis. "Copacabana é o lugar do desejo intenso, das tensões, da loucura e da beleza. Tudo isso é muito inspirador", conclui.
(por Carolina Marques) | | |