Jane Lynch, a sarcástica treinadora das cheerleaders de "Glee", fala sobre a série

Por Jill Serjeant

LOS ANGELES, 8 de julho  - Os últimos 12 meses foram dominados por "Glee" para a atriz Jane Lynch, que, depois de duas décadas fazendo papéis secundários no cinema e participações de convidada na televisão, roubou a cena no seriado cômico musical "Glee", casou-se com sua namorada e começou a encher suas prateleiras de troféus.

Lynch, 50 anos, representa a sarcástica e conspiratória treinadora de cheerleaders Sue Sylvester em "Glee" e nesta quinta-feira foi indicada para um Emmy, prêmio máximo da televisão norte-americana, pelo papel. Além disso, vai receber nesta semana um prêmio do festival de cinema Outfest, de Los Angeles, por suas realizações.

Em entrevista recente concedida antes de sua indicação ao Emmy, Lynch falou com a Reuters sobre sua fama nova, o que um Emmy significaria para ela e sobre receber o prêmio Outfest do evento para gays e lésbicas, que começa nesta quinta-feira.

Pergunta: Os organizadores do Outfest dizem que sua carreira diversificada e sua passagem para a TV de grande público espelham o crescimento do próprio Outfest nos últimos 28 anos, nos quais este se tornou o maior festival de cinema homossexual nos EUA. O que esse prêmio significa para você?
Resposta: Frequento o Outfest há anos e conheço pessoas que receberam o prêmio no passado, portanto acho que estou em ótima companhia. Nunca escolho um papel por ser homossexual ou hetero. O importante é ser divertido --é com quem eu posso trabalhar. Uma das ótimas coisas dos curta-metragens que já fiz para o Outfest é o espírito de que dá para fazer qualquer coisa.

P - A previsão é de que você e "Glee" estejam muito bem posicionados na lista de potenciais ganhadores do Emmy. O que um Emmy significaria para você?
R - Seria uma confirmação de meus pares, e seria maravilhoso para o programa.

P - Sua sexualidade já foi levada em conta em seus papéis de atriz?
R - Não que eu saiba. Só se isso foi discutido sem meu conhecimento. As pessoas com quem gosto de trabalhar não são o tipo de gente que fica se queixando ou comentando conspirações contra elas. Costumo me ver cercada por pessoas que são realmente bacanas, divertidas e positivas, quer sejam homossexuais ou heteros.

P - Qual foi sua reação ao ataque recente lançado contra Sean Hayes na Newsweek e o que você acha da credibilidade de gays que fazem papéis românticos de homens heteros?
R - Foi só uma pessoa, então não sei se foi um ataque. Todo o mundo tem a oportunidade de dizer o que quer, e muita gente não concordou com (o autor do artigo da Newsweek), o que foi ótimo.

P - Como tem sido este último ano para você, descobrindo que Sue Sylvester é estrela de um seriado que vem fazendo tanto sucesso?
R - Estou vivendo um momento especial, e isso não acontece o tempo todo. Sei que fui abençoada, e estou curtindo o fato. Estou realmente curtindo o sucesso. Mas venho trabalhando há muito tempo, e, mesmo depois desta glória atual, vou continuar a dar duro.

P - Quanto de Jane Lynch existe em Sue Sylvester?
R
- Sou capaz de ser curta e grossa. Existe uma parte de mim que é intolerante e agressiva. Procuro não manifestar isso demais na vida, mas não é preciso muito para que isso venha à tona e eu exploda um pouco. Então visto um moletom e saio para correr.

P - O que você tem curtido mais em "Glee?"
R
- Sou há muitos anos uma atriz que vai de um trabalho pequeno a outro - trabalho por três dias e então parto para o trabalho seguinte. Assim, é agradável ter uma casa e um lugar para onde vou quase todos os dias. Até sei os nomes dos membros da equipe técnica!

P - Quanto trabalho deu a paródia de Madonna em "Vogue?"
R
- Fizemos mais pré-produção para aquilo que para qualquer outro número. Tiveram que me colocar na sala de ensaio primeiro, porque não sou dançarina. Treinei durante o Natal, ensinei o número a minha filha, o ensinei a qualquer pessoa que topava fazer comigo. Finalmente consegui aprender, eu mesma. Mas só levou um dia para ser filmado.

P - O que a próxima temporada reserva para "Glee" e Sue Sylvester?
R
- Não faço ideia. Não me contam nada. O que é bacana é que eu apareço lá, cada semana recebo um roteiro diferente, e a cada vez o roteiro me surpreende e faz gargalhar.

P - Você sempre foi tão modesta assim, Sue, quero dizer, Jane?
R
- Estou fingindo modéstia! (ri). Se você soubesse o que se passa em minha cabeça e meu coração...

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