Com Scorsese, "Império do Contrabando" é aposta da HBO na guerra dos seriados

A estreia neste domingo de “Boardwalk Empire - O Império do Contrabando” marca um novo capítulo na disputa por audiência e prestígio na TV paga. Com este investimento milionário e a grife de Martin Scorsese, a HBO oferece, finalmente, uma opção aos órfãos de “Família Soprano”, último grande sucesso da emissora, e tenta recuperar o espaço perdido para a concorrência.

“O Império do Contrabando” parece destinada a passar uma borracha no erro crasso cometido pela HBO há alguns anos: depois de recusar “Mad Men”, assistiu o projeto se transformar, nas mãos de uma concorrente, numa das séries mais bem-sucedidas da televisão americana.

A nova série investe num bom tema --o período de Lei Seca, pós-1919-- e num ótimo personagem, Enoch “Nucky” Thompson, abertamente inspirado em Enoch “Nucky” Johnson, misto de político e mafioso, que reinou em Atlantic City por três décadas.

O diretor de “Os Bons Companheiros” assina a direção do programa-piloto, a ser exibido neste domingo, e é também um dos produtores-executivos de “O Império do Contrabando”. A série é uma criação de Terence Winter, não por coincidência roteirista e produtor da “Família Soprano”.

Steve Buscemi interpreta o personagem principal. Conhecido por diferentes papéis nos filmes dos irmãos Coen (“Fargo”, entre outros), Buscemi também fez fama nos “Sopranos”, não apenas com um papel marcante, mas também por dirigir alguns episódios da série.

Com base apenas no primeiro episódio de “O Império do Contrabando”, é possível dizer que Buscemi dá conta do recado como protagonista. Nucky Thompson parece ser um personagem riquíssimo e complexo. Político hipócrita, explora a ingenuidade das senhoras carolas de Atlantic City discursando contra os malefícios do álcool, ao mesmo tempo em que organiza o comércio ilegal de bebidas na cidade.

O primeiro episódio apresenta alguns coadjuvantes promissores, como o jovem assistente de Nucky, Jimmy Darmody (Michael Pitt), ex-estudante de Princenton, que mergulha no submundo. Mafiosos de diferentes estratos também rondam Atlantic City neste período, entre os quais os jovens Al Capone (Stephen Graham) e Lucky Luciano (Vincent Piazza).

O primeiro dos 12 episódios estreou em setembro nos Estados Unidos, com muito boas críticas, mas também algumas sérias restrições. O sucesso de público levou a HBO a anunciar rapidamente que uma segunda temporada está assegurada. Comparada à média geral que se vê na televisão brasileira --aberta e fechada-- “O Império do Contrabando” é um biscoito fino.
 

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