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13/04/2010 - 00h45

Zezé Polessa avisa que sua vilã cômica fará sérias maldades em "Escrito nas Estrelas"

PopTevê

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Zezé Polessa, atriz de "Escrito nas Estrelas"

Nos dias em que grava "Escrito Nas Estrelas", Zezé Polessa já entra nos estúdios com uma certeza: a de que vai rir do início ao fim das gravações. Afinal, para incorporar a ambiciosa Sofia, a atriz confessa estar carregando na comédia.

"Estou me divertindo com a personagem que, apesar de ser vilã, é muito engraçada", garante. Casada com Vicente, interpretado por Antonio Calloni, e mãe da aprendiz de vilã Beatriz, personagem de Débora Falabella, Sofia é tão manipuladora que é capaz de bolar as mais mirabolantes baixezas para a filha colocar em prática.

"Na verdade, vejo a Sofia como a mentora da Beatriz. Para ela, a filha é mais importante que o marido. Ela ainda não cortou o cordão umbilical dessa menina", argumenta. Para Zezé, o mais interessante da personagem é que, embora só pense em dinheiro e em se dar bem na vida, ela vive cercada por figuras espiritualizadas. Como é o caso de Vicente, médico de excelente caráter, que encara a Medicina como um sacerdócio.

"Acho até que minha personagem é considerada vilã por dar tanta importância ao lado material, em uma novela em que o mote é a espiritualidade", acredita a atriz, que tem uma teoria sobre a trama de Elizabeth Jhin.

"A novela me remete à Cinderela. Na verdade, é uma Cinderela moderna. Afinal, um pai está à procura de uma mulher perfeita para gerar o neto", argumenta, citando a obsessão de Ricardo, personagem de Humberto Martins, em encontrar a mulher ideal para ser a mãe de seu neto.

Por saber que encarnaria uma mãe absurdamente dominadora e colada com a filha, Zezé confessa que caprichou na composição do papel. Além de ter aulas de preparação corporal, ela também procurou se deixar completamente aberta às sugestões de Débora Falabella, com quem exercita sua faceta má na história.

"Tomei muito cuidado com essa coisa de mãe e filha serem simbióticas, de estarem sempre apoiadas uma na outra, de braços e mãos dadas...", admite ela, acrescentando que procurou separar a personagem em dois tons. "Ela tem dois lados: o barraquento, quando ela baixa a bruxinha. E o mais social, quando ela banca a elegante e sofisticada", diz, entre risos.

Na sinopse da novela, a Sofia é descrita como uma espécie de vilã cômica. Você teve algum cuidado especial na hora de compô-la?
Tive um pouco, mas não muito... Como não sei se vem maldade grossa por aí, não posso ridicularizá-la. Senão não fica crível. Afinal, já sei, por exemplo, que quando a Viviane, que é a personagem da Nathalia Dill, engravidar, a Sofia vai fazer de tudo para que ela perca a criança. Então, não posso colocá-la tão cômica.

Mas, é mais divertido interpretar a vilã?
Depende. Na última novela que fiz vilã, que foi a Ester em "A Lua Me Disse", não me diverti nada. Era uma maldade muito pesada. Mas agora, fazendo a Sofia, estou me divertindo muito. Ainda mais porque ela é muito falsa, quer aparentar uma coisa que não é. O engraçado dela é isso: no trato social, ela se comporta na maior elegância. Mas quando chega no quarto, e ela fica sozinha com a filha, os barracos rolam.

Ao mesmo tempo que a novela aborda o apego aos bens materiais, através do seu papel e do da Débora, ela foca nas questões espirituais. O que você acha desse conflito?
Não sou uma pessoa religiosa, apesar de ter fé, que é outra coisa. Mas acho que a novela vai levantar bem essa questão da crença em uma religião. E vida após a morte é uma crença da religião espírita. Por enquanto, a minha personagem não crê em nada. Ela só acha que acreditar em vida após a morte coisa de gente ignorante.

(Por Carla Neves)

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