À vontade. É assim que Pedro Neschling anda se sentindo na pele do descolado Pedro, uma das pontas do triângulo amoroso retratado na série "Aline", da Globo. Para o ator, de 27 anos, tanto prazer se deve ao fato de ele estar exercitando uma faceta que muito lhe agrada. "Me sinto muito bem fazendo comédia. Sofro muito quando faço drama", exagera Pedro, que ficou em êxtase ao ser convidado para participar da primeira temporada da produção dirigida por Maurício Farias. "Quando soube que o piloto de Aline tinha sido aprovado na grade, fiquei super feliz. Ainda mais por terem lembrado de mim", conta ele, que participou do especial no final do ano passado.
Para dar vida ao namorado mais desprendido de Aline, protagonista interpretada por Maria Flor, Pedro não precisou ir muito longe. Bastou observar com mais cuidado o dia a dia dos jovens de 20 e poucos anos com os quais convive. "Apesar de eu já ter quase 30 anos, sou bem próximo desse universo jovem retratado pelo meu papel na série. Existem vários Pedros em volta de mim", confessa, acrescentando que tem muito em comum com o inseguro e imaturo rapaz. "Também estou começando a vida, buscando ser feliz...", filosofa.

Pedro faz questão de deixar claro, no entanto, que, ao contrário de seu papel em "Aline", dificilmente dividiria uma namorada com alguém. Fora da ficção, o ator acha o triângulo bem improvável. "Mas ali é um universo fictício. Acho que um precisa do outro para ser feliz", acredita Pedro, que na trama divide Aline com Otto, interpretado por Bernardo Marinho. Embora não seja um ferrenho defensor da liberal relação a três fora dos "sets" de gravação, Pedro prefere não ser radical. "É aquela história: nunca diga nunca, né?", conta, entre risos.

Embora não tenha feito grandes preparações para encarnar o namorado de Aline que vive de bicos, Pedro confessa que precisou fazer aulas de saxofone. "Até porque, o Pedro tem essa onda de tocar. E nunca tinha tocado nenhum instrumento de sopro na vida", declara. Além das aulas de sax, ele conta que também teve uma espécie de intensivo com uma fonoaudióloga. Tudo para trocar o sotaque carioca pela pronúncia paulistana. "Mas falar como paulistano não foi difícil. Porque a minha família toda é de São Paulo", ameniza, garantindo que basta pisar na megalópole para já começar a falar como um paulistano típico.

O que também ajudou o ator a entrar no personagem foi o fato de o seriado ser baseado nas tirinhas de Adão Iturrusgarai. Ainda que não seja fã de quadrinhos, Pedro já conhecia o trabalho do cartunista há tempos. Isso porque, quando apresentava o "Se Liga Na Busca", no Multishow, ele teve a oportunidade de entrevistar Adão. É que o programa mostrava ao estudante que queria seguir determinada carreira um profissional de renome da área. "Quando o programa foi sobre cartunismo, fui à casa do Adão. E foi um encontro super bacana. Nunca imaginei que um dia fosse trabalhar com ele", orgulha-se.

Ainda no primeiro episódio da série - que vai contar com mais seis - Pedro já torce para que a produção tenha uma segunda temporada. Para ele, "Aline" ainda tem fôlego para mais dois ou três anos. "Por mim, ficaria fazendo a série por muito tempo. Porque é um trabalho no ritmo de cinema para a TV. Sou muito fã desse formato de seriado", suspira.

(Por Carla Neves) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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