I Love Paraisópolis

Com show e elenco em peso, restaurante de Mari agita "I Love Paraisópolis"

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

A cena era movimentada, alegre, cheia de gente. Mas quem chamava a atenção era uma das atrizes deitada num banco, num cantinho escondido, enquanto os colegas brindavam animadamente - era Maria Casadevall, aproveitando um rápido intervalo para compensar as horas de sono perdidas. O clima de festa, com direito a show da banda Jammil e Uma Noites, até animou os bastidores, mas realizar as sequências da inauguração do Cebola Brava, restaurante de Mari (Bruna Marquezine), Benjamin (Maurício Destri) e Olga (Paula Barbosa) em "I Love Paraisópolis" foram sinônimo de muita ralação.

As cenas que vão ao ar a partir desta terça-feira (1º) envolveram cerca de 200 pessoas: cem da equipe técnica, além de 40 atores e 60 figurantes, que estavam a postos desde as 8h da manhã para gravar quase 40 cenas até as 17h. "Quando a gravação é na cidade cenográfica, temos que começar bem cedo. A gente acaba dormindo no banco da praça, perde um pouco o glamour (risos). São horários de cinema, de manhã a luz é mais bonita, não pode escurecer. Mas o que importa é a festa, a alegria de todo mundo", conta Maria, durante a pausa para o almoço.

Neste momento da trama, Margot e Grego trocam o primeiro beijo, mas a personagem não esconde o desconforto de estar presente na comemoração da rival e do ex. Caio Castro também. "Acho ridículo ele estar aqui, ele fica babando muito o ovo da Marizete", brincou o ator, lembrando que o dia era bastante atípico em sua rotina de gravações. "É ruim porque não posso chegar à sala de caracterização e botar a tatuagem na hora que eu quero, está tudo ocupado! Hoje estamos fazendo 38 cenas, a gente nunca fez mais que 15", disse ele, tão dono do pedaço, que dava as boas-vindas aos visitantes. 

Vocalista da banda Jammil, Levi Lima contou que o convite para participar da trama foi inesperado. Mesmo sem cobrar muito da própria performance, já que nunca tinha tido uma experiência como ator, ele disse que foi difícil dar conta do texto. 

"A arte tem dessas coisas que surpreendem a gente. Nossa canção, 'Você é Tudo', já faz parte da trilha sonora, ajuda a contar um pouco da história. Mas atuar foi bem inusitado. Eu tinha duas frases, tentei ser o mais natural e espontâneo possível, mas é engraçado. Quando o diretor fala 'gravando', é difícil até ser você mesmo. Não tenho talento pra isso", afirmou ele, que não precisou cantar ao vivo o tema de Paulucha (Fabíula Nascimento) logo cedo. "Ainda bem que é novela, porque é tudo fake. É playback. Não é fácil cantar de manhã, a gente vai dormir às três e acorda às seis", contou ele, que ficou impressionado com a semelhança dos cenários com a Paraisópolis de verdade.
 
Mas o nervosismo pega até os atores profissionais, como Maurício Destri. "Deu um friozinho na barriga quando subi ao palco. Não sabia que tinha que cumprimentar o cara, tive que fazer de novo, fiquei meio desconcertado", contou ele. "Mas é um momento de felicidade para todos os personagens. Dá trabalho, mas no ar acho que vai ficar bem bonito", disse.
 
Já Tatá Werneck, que durante as cenas caprichava nas dandices e dançava sensualizando ao lado de Danton Mello, acabou ficando com o tema na cabeça, assim como todos que assistiram a pelo menos quatro repetições da música. "Vou acordar cantando! Até baixei no iTunes", brincou a atriz. "Todas essas cenas são sempre uma farra, porque você encontra com gente com quem quase não grava. E normalmente tem bufê, né?", afirmou, sempre fazendo graça.
 
Estevam Avellar/TV Globo
Gravação da inauguração do restaurante Cebola Brava, em "I Love Paraisópolis": elenco reunido, em clima de festa
 
Cara de réveillon
 
Como acontece em cenas que envolvem muita gente, a maioria dos atores espera mais do que grava. Entre uma troca de câmera e outra, Caio fazia exercícios nos aparelhos da praça, assim como Tuna Dwek e José Dumont. E tudo virava motiva para farra. Quando o diretor pediu para o elenco dançar ao som de Jammil, Fabíula Nascimento se empolgou. "Já estava até fazendo uma coreografia", disse, aos risos.
 
Os convidados bebessem sucos e uma mistura que imitava champanhe, mas a cozinha de Olga (Paula Barbosa), apesar de aparentar estar em plena atividade, não produziu nenhuma refeição. "Agora no evento foi só no improviso. A gente deixa uma água fervendo, joga umas coisinhas, pra ficar real. O fogo liga, é tudo de verdade. Mas em toda cena que a gente tem que apresentar um prato vem um chef pra ajudar. Na casa da Soraya (Letícia Spiller), que tinha pratos mais requintados, principalmente", contou.
 
O clima maior de festa aconteceu quando praticamente todo o elenco se reuniu na varanda do Cebola Brava para ouvir o brinde dos novos sócios. "Falta a taça da Tatá", sinalizou Françoise Forton, notando que a colega tinha nas mãos uma garrafa de azeite. Nada que impedisse a cena de ser realizada, claro. Quando Mari diz "Um brinde ao sonho que virou realidade", todos festejam. A cara de réveillon é tanta que eles cantam "Adeus ano velho, feliz ano novo" - e ainda nem havia chegado a parte em que os fogos de artifício.
 
No dia em que o UOL acompanhou as gravações, o céu amanheceu nublado e chuvoso, mas o tempo melhorou e a temperatura subiu bastante ao longo do dia, o que pode atrapalhar na hora da edição final. "Isso sempre causa uma certa apreensão. Mas parou de chover, a natureza foi gentil com a gente", conta o diretor Carlos Araújo, explicando que preferiu rodar muitas cenas no mesmo dia para manter o resultado mais autêntico. "O ideal é conseguir finalizar porque as cenas vêm num crescente cronológico, a coisa fica mais viva. É um dia um pouquinho mais movimentado, mas é mais rico. Vale muito a pena quando você vê no ar", afirmou.
 

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos