Tema e linguagem aproximam "Narcos" de "Tropa de Elite", diz André Mattos
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
Intérprete do deputado corrupto Fortunato em "Tropa de Elite 2", André Mattos retomou a parceria com o diretor José Padilha e o colega Wagner Moura em "Narcos", em que vive o traficante Jorge Luis Ochoa, figura importante no Cartel de Medellín. Segundo ele, as duas obras não são afins apenas na temática, que retrata o combate ao tráfico de drogas nos morros cariocas e no território colombiano, mas também na linguagem, que procura dar uma camada extra de realismo à ficção.
"A câmera na mão do Lula Carvalho, a direção do Zé... Isso dá à ficção uma realidade muito grande. E nós filmamos em locações na Colômbia, isso dá uma credibilidade muito grande à série", diz o brasileiro.
O narrador da ação é o agente Steve Murphy, vivido pelo americano Boyd Holbrook, que afirma que a série não tenta equilibrar os pontos de vista dos dois países, mas mostrar o que realmente aconteceu durante a expansão do Cartel de Medellín na década de 80, com consequências internacionais.
"A série tem uma fala interessante, que diz que não haveria Pablo Escobar sem América do Norte. Eles são os que consomem. Os caras estão apenas tentando ganhar dinheiro, fazendo a vida. As pessoas não tinham nada. É muito interessante, é a vida", analisa.
O colombiano Juan Pablo Raba reforça que se trata de uma ficção, mas que a trama respeita a história de seu país. "Não é um documentário, mas os roteiristas pesquisaram muito e criaram algo muito perto da realidade. E o governo colombiano é apresentado como nunca, como um sistema político democrático estabelecido que lutou contra Pablo e seus comparsas"
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