Após protestos, TV Cultura vai continuar a exibir "Viola" e "Provocações"

Do UOL, no Rio

A TV Cultura confirmou, através de um comunicado enviado à imprensa nesta quarta-feira (12), que "por reconhecer a importância do 'Viola, Minha Viola' e do 'Provocações' na história da TV brasileira, e respeitar o público que os acompanhou por tantos anos, continuará a exibir os dois programas".

Com problemas financeiros na casa dos R$ 10 milhões, segundo o presidente Marcos Mendonça, a emissora demitiu em julho cerca de 50 pessoas, incluindo as equipes dos programas "Viola, Minha Viola" e "Provocações" – o que intensificou reclamações de que a emissora tem dado prioridade às produções terceirizadas, em detrimento da própria equipe.

A insatisfação deu origem ao movimento "Eu Quero a Cultura Viva", que já resultou em uma petição com mais de 70 mil assinaturas, um ato na porta da Fundação Padre Anchieta e um vídeo no qual ex-apresentadores, incluindo Luciano Amaral e Sabrina Parlatore, criticam a emissora pelo fim de vários programas - na atual gestão de Mendonça, iniciada em 2013, deixaram de ser produzidos, além do "Viola" e do "Provocações", o infantil "Cocoricó" e a sessão de documentários "É Tudo Verdade".

O acervo da emissora conta com 1324 edições do "Viola, Minha Viola" e 705 gravações do "Provocações".
 
O programa "Viola, Minha Viola" já não era gravado com a apresentadora desde novembro do ano passado, quando Inezita adoeceu. Com o falecimento de Inezita Barroso e Antônio Abujamra, neste ano, as gravações foram interrompidas.

A TV Cultura informou ainda que estuda levar ao ar um novo programa que contemple o mesmo segmento do "Viola, Minha Viola", que sempre deu espaço para a autêntica música raiz. Está estudando ainda um novo talk show que receberá personalidades e anônimos que muito têm a dizer ao público, assim como fazia o "Provocações".,

Falta de dinheiro

Fernando Abdo, produtor executivo do "Viola", disse que as demissões – estimadas em 46 funcionários pela própria emissora – afetaram muito mais equipes de produção do que outras áreas da TV. "Se você tem uma estrutura profissional, com estúdios, equipamentos, equipe operacional, você teria como dar uma ênfase maior nisso [a produção própria]. Fica muito evidenciada essa questão de querer acabar com a produção porque há outras áreas na TV, como administrativo e marketing, e nelas não se mexeu em muita coisa".

Nos bastidores do "Viola", as conversas sobre falta de dinheiro se intensificaram antes da demissão da equipe - que aconteceu quatro meses após a morte de Inezita Barroso, em março. "Depois da morte da Inezita, a gente chegou a gravar dois programas com amigos dela, artistas, apresentando e se apresentando, quando o presidente Marcos Mendonça mandou a gente parar de gravar", relembrou Nico Prado Jr. "Nesse tempo, a gente já tinha um novo projeto de programa, com algumas opções, um novo cenário, mas nada foi desenvolvido. A única coisa que a gente ouvia falar era que não havia dinheiro".

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