Buddy diz que reality parece novela; vencedor ganhará salário de R$ 15 mil

Amanda Serra

Do UOL, em São Paulo

  • Edu Moraes/Record

    Buddy Valastro, o Cake Boss, no reality "A Batalha dos Confeiteiros", da Record

    Buddy Valastro, o Cake Boss, no reality "A Batalha dos Confeiteiros", da Record

Animado com a estreia da versão nacional do programa "A Batalha dos Confeiteiros", previsto para a segunda quinzena de setembro na Record, Buddy Valastro (cujo nome real é Bartolo) tem como missão escolher um sócio brasileiro. O vencedor ganhará R$ 15 mil por mês e ficará responsável pela primeira franquia da Carlo's Bake fora dos EUA, a 12ª da franquia.

Mesmo sem falar português -- apenas 'obrigado' -- "Cake Boss" tem se identificado com a emoção e a sinceridade dos brasileiros. Além de uma loja, ele planeja abrir um restaurante italiano na capital paulista. Em entrevista ao UOL, o confeiteiro adiantou que tem aprendido novas técnicas com os 14 competidores e afirmou que se sente dentro de um folhetim durante as gravações.

"Existem alguns talentos maravilhosos entre os participantes. Mal posso esperar para os brasileiros assistirem ao programa. Às vezes parece uma novela brasileira, é muito engraçado [risos]. Os brasileiros são muito passionais, emotivos, são pessoas de verdade. Acho que por isso que me dei tão bem com eles, porque sou de verdade também. Engraçado é que, apesar de eu não falar português, estou começando a entender", diz ele, que fala espanhol e italiano.

Preocupado com os fãs, e claro, com a audiência e o faturamento -- todas as cotas e merchandisings de sua atração estão vendidos --, desde que chegou ao país o profissional pede para um dos seus tradutores escrever em português em seu Instagram. "Eu mesmo que posto, mas tenho tido ajuda do Maurício. Falo o quero postar em inglês e ele digita para mim", contou.  Durante as gravações, Buddy usa um ponto eletrônico com tradução simultânea, assim como os confeiteiros.

Em 2014, quando esteve no Brasil, Buddy reuniu milhares de fãs em um shopping de São Paulo e provocou um engarrafamento na Marginal Pinheiros. O empresário ficou impressionado com sua popularidade na América do Sul e decidiu investir em algo no país, já que 20% dos seus clientes nos EUA são latinos.

Leo Franco/AgNews
Buddy é cercado por fãs ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

"Foi chocante quando cheguei aqui pela primeira vez e fui recebido por três mil pessoas no aeroporto. Nunca tinha visto esse tipo de reação. Pensei: 'Quero fazer alguma coisa boa para os brasileiros, algo que façam eles saberem que eu me importo com eles'. Além de 'A Batalha dos Confeiteiros', vamos abrir uma Carlo's em 'Sampa' [disse ele já se habituando com algumas gírias da cidade] e um restaurante, mas ainda estamos trabalhando nisso". Além disso, ele participará de um evento no Rio de Janeiro nos próximos meses.

"Se você quer ser famoso, você tem que fazer tudo para agradar aos fãs"

Reprodução/Instagram
"Sou o que sou, falo o que falo e faço o que quero, não vou me esconder. Sou humano, cometo erros, não vou dizer que não", afirma Buddy sobre sua fama

Por onde passa Buddy é cercado pelo público, simpático e sorridente ele distribuiu "hello" e é só mostrar uma câmera ou um papel que ele já entende que querem uma selfie ou um autógrafo. "Não me importo de tirar fotos ou distribuir autógrafos. Se você quer ser famoso, você tem que fazer tudo que é possível para agradar aos fãs. Eles fazem você ser o que você é. Se eles querem um abraço, por exemplo, você tem que fazer isso por eles. Isso sou eu, a forma como cresci", afirma.

A rotina é agitada. Ele grava os programas [versão americana e agora brasileira], administra as onze Carlo's, possui um curso online de confeitaria, o Baking with Buddy, e é proprietário de um restaurante italiano em Las Vegas e de uma empresa de bufês – ambos com o nome de Buddy V's. No mais, ele precisa ter tempo para a mulher, Lisa, e os quatros filhos -- Sofia, Buddy Jr., Marco e Carlo. No último fim de semana em São Paulo, ele participou de três eventos e assistiu, inclusive, à partida entre Palmeiras e Santos.

Apesar da exposição -- recentemente ele abriu as portas de sua casa nos EUA e posou ao lado de sua família para capa de uma revista brasileira -- Buddy separa o trabalho de sua vida pessoal e afirma que a privacidade de sua família se mantém independentemente dos holofotes. "Nunca me considerei famoso. Sou um cara normal. Meu programa mostra minha vida profissional e não a minha vida privada. Mesmo que a minha mulher e os meus filhos apareçam, é apenas uma 'janela', uma pequena exposição. Não acho que estou os expondo...".

Ainda sobre o peso da fama, Bartolo dissertou sobre o fato de ser mal interpretado caso cometa qualquer deslize. "Você sempre precisa estar alerta porque sempre tem pessoas querendo fazer com que você apareça mal. Sou o que sou, falo o que falo e faço o que quero, não vou me esconder. Sou humano, cometo erros, não vou dizer que não", afirmou ele, que em 2014, por exemplo, foi detido por dirigir embriagado na ilha de Manhattan, nos EUA.

O americano e sua confeitaria só ficaram mundialmente conhecidos em 2009, quando o canal pago TLC lançou o "Cake Boss". Mas a história do confeiteiro com a profissão já é antiga. Fundada em Hoboken, Nova Jersey, em 1910, a Carlo's foi comprada pelo pai de Buddy em 1964. Quando ele morreu, Buddy -- na época com 17 anos -- assumiu o negócio com o apoio da mãe e das irmãs. Atualmente, o clã inclui os cunhados e sobrinhos. Ele se tornou conhecido pelos bolos decorados e é comum receber encomendas das popstars Britney Spears, Miley Cyrus, Rihanna, Oprah Winfrey, entre outros.

No Brasil até o fim de julho, Buddy gravará os nove episódios e retorna ao país para participar da 6ª Expo Brasil Chocolate, nos dias 11 e 12 de agosto. Ele dará quatro aulas (duas em cada dia, às 10 e às 15 horas). Depois ele só volta em dezembro para inauguração da loja e para a final, que acontecerá no novo espaço.

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