"Não se cria mais nada na televisão, todos chupam tudo", diz Marlene Mattos
Ana Cora Lima
Do UOL, no Rio
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André Durão/UOL
Marlene Mattos, que acompanha de perto toda a movimentação do estúdio ao lado da diretora Tininha Araújo, assume ser uma diretora centralizadora
Marlene Mattos conheceu a fama e o poder nos anos 90, ao ser uma das diretoras mais influentes da televisão brasileira. Responsável direto pelo surgimento e pelo sucesso de Xuxa, essa maranhense de 75 anos também era conhecida nos bastidores pelo jeito centralizador, brigão e muitas vezes intolerante. "Eu tinha a fama de antipática e sem ser", confessou Marlene ao UOL, nos estúdios do canal fechado E+TV, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde assumiu no ano passado a direção geral.
"Essa luz está fraca", "O vestido de listras engorda no vídeo. Coloca outro", "A maquiagem tem que ser leve" e "O jarro da mesa central do cenário está torto!" são algumas das frases que intermeiam a entrevista e mostram que nada passa despercebido por Marlene. Falante e mostrando todos os cantos do seu mais novo escritório, a ex-global conta que não vê problemas em trabalhar em um canal com poucos recursos. "Para mim não tem diferença porque eu trato as coisas pequenas ou grandes da mesma forma, dou a mesma importância, a mesma responsabilidade e o mesmo tesão."
Marlene também confidenciou que a volta à TV se deu justamente no momento em que ela nem pensava mais em trabalhar no meio, que considera cada vez mais igual e sem criatividade. Depois de 19 anos na Globo, ela ficou na Band, como diretora artística, por dez meses, onde apostou em Preta Gil como apresentadora do programa "Caixa Preta". Sua última passagem pela TV aberta foi em 2009, no SBT, quando dirigiu Netinho de Paula no "Show da Gente".
Fã de séries e realities shows, ela está com vários projetos na linha de shows e apostando suas fichas em apresentadores desconhecidos. "Ninguém nasceu pronto. Nem a Xuxa. Ela se fez", admitiu, Marlene que não pensa em trabalhar novamente com a ex-rainha dos baixinhos.
UOL: Como é trabalhar num canal pequeno depois de ter trabalhado na maior emissora do Brasil?
Marlene Mattos: Tudo que é grandioso foi um dia pequeno. A Globo foi pequena um dia e se transformou, se fez grande. Para mim não tem diferença porque eu trato as coisas, pequenas ou grandes, da mesma forma, dou a mesma importância, a mesma responsabilidade e o mesmo tesão. O engraçado é que esse projeto veio no momento em que eu estava muito sem vontade de trabalhar com televisão. Eu achava também que não iria voltar a trabalhar mais nesse meio.
Eu gosto de saber da vida dos outros e acho que todo mundo gosta Eu gosto de saber da vida dos outros e acho que todo mundo gosta
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