Querido no mundo, Bolaños colecionou polêmicas durante a carreira
Do UOL, em São Paulo
Conhecido pelo carisma que rendeu fama internacional aos personagens Chaves e Chapolin, Roberto Gómez Bolaños, que morreu nesta sexta (28) no México, também colecionou polêmicas durante a carreira, várias delas relacionadas ao elenco de seus seriados.
A principal diz respeito à batalha judicial que travou com Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, pelos direitos de utilização da personagem, criada e posteriormente registrada por ele, nos anos 1970.
Bolaños processou a atriz depois que ela apareceu caracterizada na série "Aquí está la Chilindrina", em 1994, dando origem a um longe e desgastante embate na Justiça. Em 2013, após 13 anos de disputa, Antonieta finalmente obteve os diretos sobre a personagem, mas nunca voltou a falar com Roberto Bolaños. Em entrevista ao UOL no ano passado, afirmou não guardar mágoa do ex-colega.
Com Carlos Villagrán, o Quico, a relação também não era das melhores, principalmente após a saída do ator do elenco de "Chaves", no fim dos anos 1970. Proibido de encarnar o personagem no México, ele foi obrigado a rumar para a Venezuela, onde estrelou a própria série, num formato similar ao seriado original, o que despertou a ira de Bolaños.
Após experimentar sucesso internacional com o seriado, Bolaños registrou os personagens em seu nome, impedindo que os atores os revivessem em projetos solo.
O desentendimento com Villagrán, que também envolveu os direitos do personagem, reacendeu ainda uma antiga rixa com o intérprete do Quico. Antes de se casar com o criador do Chaves, Florinda Meza, a Dona Florinda, chegou a namorar Carlos Villagrán.
Por causa dos entreveros, Roberto Gómez Bolaños vetou a participação de Maria Antonieta e Villagrán em uma homenagem do canal "Televisa", nos 40 anos de "Chaves".
O Chispirito, como era conhecido, também causou polêmica ao se apresentar no Chile durante o regime do ditator Augusto Pinochet. Também foi acusado de ter atuado em uma festa infantil promovida por um narcotraficante colombiano.
Em sua defesa, Bolaños dizia que não se apresentava para governos ou organizações, mas, sim, para o povo.