Mocinho de "Alto Astral", Guizé vive recluso no Rio e se diz "estranho"
Ana Cora Lima
Do UOL, no Rio
Um lugar para ler um bom livro, compor músicas, decorar textos e pintar era tudo que Sérgio Guizé precisava para se sentir em casa no Rio. O intérprete de Caíque, personagem central da novela "Alto Astral", encontrou o seu canto em um silencioso condomínio do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. E foi lá, logo após uma sessão de fisioterapia por causa de um incômodo no ombro esquerdo, que ele recebeu a reportagem do UOL. Declaradamente tímido, levou uns 10 minutos para "sair da casca" e falar sobre sua rotina, seus trabalhos e estado civil. Garantiu que está solteiro e disse que se considera "estranho", longe do rótulo de galã.
"Eu sou um artista. Meu lance é criar e viver da arte e para arte. Sempre foi assim e pretendo que isso continue até o fim", disse. Aos 34 anos, além de ator, o paulista de Santo André é músico e pintor, ofício que pensou seguir e até o fez entrar em três faculdades – nenhuma concluída – de artes plásticas. No meio do caminho, uma disciplina ligada a cenários e palcos o fez descobrir o teatro. "Ali é a minha casa, os outros veículos, as outras vertentes da arte maior, eu vou visitando. Na verdade, a minha vida é uma loucura. Sou inquieto. Nunca deixei as minhas coisas, faço tudo paralelamente. Ano passado, quando eu fiz 'Saramandaia', o João Gibão era um personagem forte, de peso na trama, e fiquei mais submerso, focado no trabalho. Agora com Caíque de "Alto Astral" também estou meio assim, mas não abro mão de tocar de vez em quando com a minha banda, Tio Che".