"Vale a pena morrer para ver como é", diz Jô Soares ao voltar a gravar
Gisele Alquas
Do UOL, em São Paulo
Depois de ficar mais de um mês afastado para se tratar de uma pneumonia, o apresentador Jô Soares voltou a gravar o "Programa do Jô" nesta segunda-feira (8). Nove quilos magro e sem barba, Jô fez muitas piadas sobre o tempo em que ficou internado e citou com irreverência os boatos que foram publicados sobre sua saúde.
"Vale a pena morrer para saber como é", disse o apresentador em seu monólogo de abertura, ao comentar o boato de que ele teria morrido. A falsa notícia circulou na internet no mesmo dia em que ele teve alta do hospital Sírio Líbanês e foi desmentida pelo diretor do "Programa do Jô", Willem van Weerelt.
"Cada boato que saiu a meu respeito enquanto estava internado que eu não acreditava. Disseram até que sofri parada cardíaca depois de morto", disse, rindo. Jô também contou que gostou de ficar internado."Tudo tranquilo, não peguei trânsito", brincou. Emocionado, ele agradeceu aos profissionais que o trataram no Hospital Sírio Libanês e os e-mails que recebeu. "Foram mais de 300. Vários telefonemas me perguntando se eu estava vivo, isso porque estavam falando comigo", brincou.
Em um dos intervalos da gravação, Jô disse ter sentido saudades do sexteto e do "calor humano" da plateia". O apresentador ainda citou uma fã, dona Cristina, que mandou um e-mail prometendo subir as escadas da Penha caso ele ficasse bem. "Só que eu que teria que cumprir", riu.
Jô entrevista especialista em boatos e Chay Suede
O clima alto astral imposto por Jô Soares na abertura do programa continuou com a chegada do primeiro convidado a ser entrevistado no talk-show. Historiador e mestre sociólogo pela USP, Marco Antonio Villa, especialista em boatos, comentou o caso das notícias falsas sobre a saúde de Jô e também outras fofocas famosas, como a morte de Paul McCartney.
Jô afirmou que ficou impressionado com a rapidez que os rumores de que tinha câncer se espalharam. "Me lembro que estava deixando o hospital pela porta dos fundos quando vi várias emissoras de TV e jornal na frente. E eu em casa. Ligaram até para o Drauzio Varella. O Drauzio é meu amigo de anos e foi me visitar. Quando descobriram, começaram a inventar que eu estava com câncer. Imagina se o Drauzio fosse ginecologista? Iam dizer que tinha feito aborto", comentou Jô, rindo.
Villa explicou que uma das características dos boatos é que eles perduram mesmo depois de desmentidos. "Na época da [falsa] morte do Paul McCartney, [o boato] foi tão real que passaram meses e as pessoas acreditavam no que era reproduzido. Também lembro quando falaram que Caetano Veloso e Milton Nascimento tinham Aids. A revista "Amiga" publicou isso e se propagou. Claro que acabou gerando grande processo. A proporção que a internet provoca, as coisas que ela inventa, são absurdas", disse o estudioso.
Chay Suede também foi convidado a sentar no sofá do Jô. O ator e cantor, que se tornou queridinho do público ao interpretar José Alfredo na primeira fase de "Império", contou curiosidades de sua vida, como a origem de seu verdadeiro nome, Roobertchay, herdado do avô, e de quando trabalhou em uma locadora.
Além disso, ele revelou que tem onze tatuagens. "Eu tinha duas borboletas, mas apaguei", brincou Jô, que arrancou gargalhadas da plateia. Chay estava acompanhado da mãe, Hérica, que não perdeu a chance de elogiar o apresentador. "Eu te adoro, Jô, você fica um gato sem barba", disparou, para o apresentador responder em seguida: "obrigado, estou à disposição".
Depois de Chay, Jô entrevistou o ufólogo Chico Penteado. As entrevistas vão ar nesta segunda-feira (8), após o "Jornal da Globo". Nesta semana, Jô ainda grava com o humorista Victor Sarro, o ator Paulo Betti, o cantor Roberto Leal, a jornalista Sandra Annenberg, entre outros.