Justiça proíbe Globo de exibir matéria sobre Suzane von Richthofen
Do UOL, em São Paulo
-
Reprodução/TV Globo
Em comunicado lido no "Fantástico", deste domingo (25), os apresentadores Renata Vasconcellos e Tadeu Schmidt informaram que a TV Globo foi proibida pela Justiça de exibir uma matéria sobre Suzane von Richthofen. Ela foi condenada a 30 anos e 6 meses de prisão pela participação no assassinato dos pais Manfred e Marisia von Richthofen, em 2002, ao lado dos irmãos Cravinhos.
Segundo a emissora, a decisão foi expedida pelo juiz Dácio Giraldi, do Plantão Judicial do Fórum da Barra Funda, em São Paulo. A matéria em questão mostraria a tentativa de Suzane de ter uma pena mais branda.
De acordo com a emissora, a defesa de Suzane alegou, por meio de uma liminar, que a Globo não poderia veicular nenhuma reportagem sobre o abrandamento da pena de Suzane, pois o processo corre em segredo de justiça. A defesa também proibiu a veiculação de imagens da jovem sem autorização.
Em seguida, os apresentadores Renata Vasconcelos e Tadeu Schmidt deram o posicionamento da TV Globo. "A TV Globo acredita na liberdade de expressão garantida pela Constituição brasileira, e var recorrer dessa decisão, que considera uma forma de censura".
"Comece a chorar"
Em liberdade provisória, em 2006, Suzane von Richthofen concedeu uma entrevista exclusiva ao "Fantástico" em um apartamento do Morumbi, em São Paulo. Em determinado momento, Suzane recebeu orientações de como se comportar na entrevista. "Acabou. Mais nada. Começa a chorar e fala: 'Não quero falar mais', disse a pessoa que a orientava.
O episódio ganhou repercussão nacional.
Relembre o caso
Segundo a versão da polícia e da acusação, Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados no dia 31 de outubro de 2002, quando dormiam em sua casa, no bairro do Brooklin (zona sul de São Paulo).
Suzane, seu namorado na época, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, entraram na casa em silêncio. Os irmãos subiram as escadas com Suzane, que os avisou de que os pais dormiam. Então, os irmãos desferiram golpes de barra de ferro contra Manfred e Marísia. Após matarem o casal, os dois cobriram os corpos com uma toalha molhada e sacos plásticos.
A biblioteca foi desarrumada para simular um latrocínio (roubo seguido de assassinato). Também foram levados cerca de US$ 5.000, R$ 8.000 e joias do casal. O dinheiro ficou com Cristian, que acabou usando uma parte do montante para comprar uma moto.
Ao deixarem o local do crime, Daniel e Suzane seguiram para um motel em São Paulo, enquanto Cristian foi a um hospital para visitar um amigo. Depois de algum tempo, Daniel e Suzane foram ao encontro de Andreas von Richthofen, irmão mais novo da jovem, que havia sido deixado por Daniel em um cibercafé. Chegaram em casa, e então Suzane ligou para a polícia informando do crime.
No decorrer das investigações, a delegada responsável pelo inquérito, Cíntia Tucunduva, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), suspeitou do comportamento de Suzane e Daniel, que protagonizavam cenas de amor mesmo diante da tragédia, de acordo com a delegada. No dia 8 de novembro de 2002, Suzane e os irmãos Cravinhos confessaram, em interrogatório à delegada, o assassinato do casal Richthofen.