Veja ex-BBBs que preferem o anonimato, enquanto muitos ainda buscam a fama

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

20/12/201307h00

Enquanto muitos ex-participantes do "Big Brother Brasil" fazem de tudo para prolongar seus quinze minutos de fama, outros querem esquecer que participaram do reality show. Ser procurado para uma entrevista nessa época do ano traz à tona um passado que ficou lá atrás e que não precisa voltar: "Parece que você não tem uma vida pregressa", explicou ao UOL Iran Gomes, participante do "BBB6" ao declinar, de forma educada, uma entrevista sobre o programa.

Bruno Saladini, do "BBB1", Aírton Cabral do "BBB7", e Elenita Rodrigues, do "BBB10" também pediram desculpas e alegaram não ter mais pretensão com a mídia. Sammy Ueda, do "BBB5", Estela Padilha, do "BBB1", e Flavio Steffli, do "BBB9", foram contatados, mas simplesmente não responderam nem que sim nem que não até o fechamento desta matéria. Há quem simplesmente "apague" aquela fase da vida e não quer ouvir falar na palavra "brother": Natalia Nara ("BBB6"), Fernando Bacalow e Bruna Tavaresdo ("BBB7"). No caso dos mais famosos, como Jean Wyllys e Grazi Massafera, ambos do "BBB5", o BBB perdeu relevância diante do currículo que acumularam ao longo dos anos.

Tessália, que saiu do BBB10 com alto nível de rejeição, diz que programa foi uma experiência enriquecedora

Só que não é tão simples assim fazer de conta que não passou, não morou ou não se expôs - poe pelo menos uma semana - na casa mais vigiada do Brasil, como diz o próprio cartão de visita do programa. Tudo bem que já passaram por lá 213 moradores, mas ninguém esquece um ex-BBB. Pode dar aquele branco inicial, mas vai ter sempre uma pessoa para trazer um fato curioso e refrescar a memória.

"Viver o presente é o ideal, mas sem passado não se aprende, não se cresce", explica a psicóloga Renata Castro. Para ela, o que acontece com alguns ex-participantes é a falta de preparo psicológico para entender toda a mudança de vida e de comportamento de uma forma tão rápida e intensa. "Não tem como negar que é uma experiência marcante. Positiva para uns ou negativa para outros, isso é fato. Esses últimos preferem não mexer mais, "apagar " um fato porque optaram por um caminho diferente. Foi uma coisa pontual que certamente não trouxe coisas boas, não atendeu a expectativa criada, os sonhos não foram realizados, mas que já passou e agora é olhar para frente".

Apesar dos 78% de rejeição no paredão de sua eliminação do "BBB10", Tessália Serighelli não vê problema nenhum em ser uma ex-BBB. Para ela, o programa só acrescentou. "Quando saí, eu me assustei com tudo, com a repercussão, com um evento atrás do outro, mídia. A minha vida mudou bastante. Eu decidi reverter a situação, trabalhar a minha imagem através das redes sociais, nas ruas, nas festas, e consegui. O 'BBB' abre portas, a gente é que tem que saber mantê-las abertas", pontua a ex-publicitária que atualmente ganha a vida como DJ e proprietária de uma distribuidora de cosméticos. Recém-chegada de uma temporada em Los Angeles, nos Estados Unidos, Tessália voltou a morar em Curitiba e admite que mantém contatos com poucos ex-companheiros. "Cada um lida com uma experiência de vida de forma diferente do outro. São momentos bons e outros ruins. A gente tem que respeitar a decisão de um ex-integrante querer se afastar, esquecer que viveu aquilo. Não foi uma experiência boa para ele e ponto final. Para mim, só trouxe e continua trazendo alegrias. Foi uma experiência enriquecedora", declara.