Em "Além do Horizonte", Alexandre Nero interpreta Hermes, o misterioso Luminoso Mestre da Comunidade, o grupo que busca a felicidade concreta na trama. O personagem ainda não apareceu muito nos capítulos, mas deverá ser visto como vilão pelo público, acredita o ator.

"Ele é um cara que acredita piamente em alguma coisa. É claro que o público vai enxergá-lo como vilão, porque ele vai acabar passando por cima de todos que o atrapalharem nesse objetivo", afirmou Nero ao site oficial do folhetim.

O Luminoso Mestre pode representar um perigo aos outros personagens da novela e se tornar um líder autoritário, acredita o artista. "Em um determinado momento o Hermes começou a acreditar que poderia ser o cara que vai mudar a humanidade. Acho que o grande problema é as pessoas acreditarem ser realmente especiais. É claro que todos nós somos especiais, mas dentro de um limite. A partir do momento em que você se acha a pessoa que pode mudar a humanidade, isso é um grande perigo. E o Hermes começou a acreditar nisso. Acho ele um cara muito, muito perigoso"

Segundo Nero, o personagem faz aquilo que muitos hoje fazem: vender um ideal de felicidade. "O Luminoso Mestre 'vende' uma coisa totalmente subjetiva, que é a felicidade. E isso existe, é um assunto contemporâneo. As pessoas hoje 'vendem' felicidade, em diversas formas. A questão é que o Hermes quer dar felicidade 24 horas por dia, quando, na verdade, a felicidade é apenas o estopim, uma faísca. Ninguém é feliz durante 24 horas. Mas ele tem esse sonho".

Animado com o novo papel, o ator disse que é atraído pelas contradições do Luminoso Mestre. "Ele é humilde, desde que todo mundo o reconheça como líder. Um homem que ama a todos na Comunidade, desde que concordem com ele. É exótico, carismático e vaidoso, quase um rock star. Gosta que as pessoas estejam olhando para ele. É um líder, porém radical. Estou adorando fazer um cara que tem certeza absoluta de que vai atingir seu objetivo".

Para compor o Luminoso Mestre, Nero tem dado importância ao olhar. "Não sei trabalhar de fora para dentro, costumo trabalhar de dentro para fora", contou. "Tenho mantido um olhar meio frio, aquele olhar que não se sabe se vai rir ou matar. Quero fazer um cara muito convincente no que fala, que acredita em algo que não existe. Então, por enquanto, a coisa mais importante para mim é que as pessoas em casa consigam perceber esse homem que pode fazer qualquer maldade a qualquer momento, mas que, ao mesmo tempo, é muito afetuoso com quem acredita nas mesmas coisas que ele".