Teorias sobre o fim de "Breaking Bad" são disseminadas na internet

Gabriel Mestieri

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação/AMC

    Walter White (Bryan Cranston) e Jesse Pinkman (Aaron Paul) em cena da última temporada de Breaking Bad

    Walter White (Bryan Cranston) e Jesse Pinkman (Aaron Paul) em cena da última temporada de Breaking Bad

Aviso: o texto abaixo revela detalhes da trama e não deve ser lido por quem não assistiu ao penúltimo episódio da série, "The Granite State", exibido na TV americana no último domingo (22).

Em depoimento ao programa "Talking Bad", talk-show exibido pelo canal americano AMC após os episódios de "Breaking Bad", o criador da série, Vince Gilligan, disse no último domingo (22) que a palavra-chave do último capítulo é "carpintaria".

Na segunda-feira, em uma aparição conjunta de Gilligan e dos principais atores da série no talk-show de Conan O'Brien, os envolvidos desconversaram. Embora O' Brien tentasse a todo momento arrancar previsões do último capítulo, não conseguiu avançar em nada além da dica de Gilligan. Aaron Paul, ator que interpreta Jesse Pinkman, afirmou que tem dito a todo mundo que lhe pergunta sobre o fim da série, em tom irônico, que "todo mundo morre". "É o jeito mais fácil de escapar [das perguntas]", afirmou o ator.

Em fóruns de discussão sobre a série na internet, a dica de Gilligan, combinada (ou não) com cenas de flash-forward já mostradas, como a abertura do primeiro episódio deste ano, na qual Walter White vai à sua ex-casa (agora depredada) buscar uma dose de ricina escondida, já deu origem a diversas teorias sobre como a série vai acabar. As apostas especulam, também, sobre quem vai chegar vivo e quem já estará morto até o fim de "Felina" – o nome do último episódio, segundo Gilligan, é um anagrama para "finale".

Veja algumas das teorias

A "carpintaria" de Gilligan: várias interpretações foram dadas à curta declaração, entre elas: o termo carpintaria diria respeito à quantidade de caixões que terão que ser construídos para enterrar os corpos de todos os personagens que vão morrer no episódio; após fugir do bar onde iria se entregar à polícia, White volta à cabana onde estava escondido e, com madeira da floresta, constrói alguma engenhoca para escapar ou para usar como arma contra a gangue do tio de Todd; Jesse, usando suas habilidades com o trabalho com madeira que já declarou ter no episódio "Kafkaesque" (3ª temporada, 9º episódio), tenta novamente escapar dos nazistas.

A ricina é para os Schwartz: revoltado com o fato de ter sido injustamente apontado como tendo papel pífio na criação da empresa que deixou Gretchen e Elliot milionários, White resolve se vingar do casal que ficou rico graças a uma ideia sua. Para isso, vai usar a ricina que está escondida em sua antiga casa.

Jesse mata White: Enquanto Mr. White ataca a gangue dos nazistas para recuperar seu dinheiro e vingar a morte de Hank, Jesse escapa (ou é libertado) do alçapão em que está preso, encontra alguma arma no chão e vai para cima de seu ex-professor de química. Transtornado com a morte de Andrea e querendo vingança pelo envenenamento de Brock e pela morte de Jane, não é capaz de perdoar White e o mata.

Walter White morre de câncer: as evidências de que o tumor no pulmão do protagonista está em estágio avançado foram abundantes no último episódio, desde a tentativa de White intimidar Saul ser frustrada por um ataque de tosse até a quimioterapia caseira que faz na cabana (que deve ter despertado compaixão até mesmo em quem odeia o personagem com todas as forças). Tendo como atuais antagonistas Jesse, a polícia, uma gangue de neonazistas e a própria família, a morte por câncer seria até uma saída honrosa para White.

Walt se mata com a ricina: Após libertar Jesse e salvar sua família dos nazistas (nesta teoria, Todd vai novamente atrás de Skyler por causa de seu interesse em Lydia), White toma a ricina que tem guardada na antiga casa. Antes de morrer, confessa todos os crimes à polícia, livrando Skyler da culpa.

Um final estilo Sopranos: considerado genial por alguns fãs e ofensivo para outros, o final de "Família Soprano" não foi um final propriamente dito. Para quem não se lembra, a família que dá o à série está em um restaurante conversando e, de repente, quando tudo pode acontecer (inclusive um assassino entrar no local para executar Tony), nada acontece, e a série acaba. Para sempre. Segundo o escritor e quadrinista Bryan Johnson, também no programa "Talking Bad", um final semelhante é o único possível para "Breaking Bad", pois é impossível que a história seja "resolvida" com um final tradicional. Muitos fãs, entretanto, provavelmente ficariam revoltados se numa cena chave, de White chegando para o enfrentamento final com Jesse ou Todd, começassem a subir os créditos.

Vida x morte

  Motivos para viver Motivos para morrer
Walter White No fundo, tudo o que fez foi pela família. Merece se redimir, talvez salvando Jesse e vingando a morte de Hank. É o responsável por quase todas as tragédias ocorridas na série. Precisa morrer para pagar pelos seus pecados.
Jesse Pinkman Já sofreu demais (e recentemente de maneira muito intensa). Merece um final feliz, adotando Brock e indo viver com o garoto em algum paraíso bucólico. Ele já sofreu tanto que nada que aconteça de bom pode livrá-lo da culpa e do sofrimento. A morte é a única saída.
Skyler White Tem dois filhos para criar. Não sabia dos crimes de Walter White. Deveria ter desconfiado antes que o marido tinha se tornado um criminoso. Ajudou a lavar dinheiro.
Todd Alquist Para quem é implacável e não tem objeções morais em fazer o que é preciso ser feito, o crime compensa. Todd é um ótimo criminoso e merece viver. Todd é um sociopata que não hesita em atirar em crianças e pessoas que não têm nada a ver com suas atividades criminosas. Além disso, é o personagem mais nefasto desse momento (e talvez de todos os momentos) da série.
Saul Goodman Todos os cidadãos de países democráticos têm direito a defesa, e Saul apenas faz sua parte para que isso ocorra. Não é um criminoso, é um advogado com clientes controversos. O personagem já ganhou sua própria série ("Better Caul Saul", cujos acontecimentos se passam antes da trama de "Breaking Bad"). Pode morrer que vai continuar "vivo" na televisão.

 

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