Incoerência: Para os "milagres" na TV não existe classificação indicativa
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Pastor oferece droga a homem, após "curá-lo" com sua benção, em programa de TV
Difícil acreditar que certas coisas ainda são apresentadas na televisão e que para elas não existe "classificação indicativa", embora possam ser mais perigosas ou perniciosas que uma novela, série ou outro programa qualquer.
Na Record, em pleno dia, aparece um pastor assegurando a um viciado que, só com a sua reza ou benção, ele será libertado da droga.
Não só na Record, mas nas diversas emissoras que a Universal ou outras igrejas compram espaços, esses casos se repetem, de dia e de noite. Não tem hora para eles.
Os milagres, de todos os males, são prometidos com a maior desfaçatez. Num país como o nosso, com os seus problemas na saúde, o desespero pode fazer pessoas se deixarem levar.
Algumas propagandas, como a do cigarro, não são permitidas, as bebidas só com o aviso do "se beber não dirija", além de outras. Mas quanto à propaganda que as igrejas fazem não há nenhuma proibição ou "classificativa nenhuma". Será que é certo?
* Colaboração de José Carlos Nery
Flávio Ricco
Jornalista, passou por algumas das mais importantes empresas de comunicação do país, como Tupi, Globo, Record e SBT. Dirigiu o "Programa Ferreira Netto" e integrou a equipe do "SBT Repórter". Escreve sobre televisão desde 2003. Email: colunaflavioricco@uol.com.br.