Aqui do nosso posto avançado de observação já foi possível se certificar que dirigentes de SBT, Record, Rede TV! e Bandeirantes estão todos confiantes numa virada completa de jogo, em função da chegada da GFK, empresa de medição que agora vai atuar no Brasil. Hoje, todas as dificuldades financeiras de cada uma e as fragilidades dos seus resultados são jogadas nas costas das pesquisas realizadas.

O posicionamento dessas emissoras não deixa de ser uma cartada perigosa. A GFK vai chegar e a partir dos seus primeiros relatórios, batendo ou não com os do Ibope, todas serão obrigadas a apresentar resultados. As desculpas e, em alguns casos, até a preguiça de agora não vão mais servir.

Não serão mais aceitas, da mesma maneira, justificativas para venda de horários, como acontece especialmente para as igrejas. Hoje, por absoluta comodidade, só falta talk show apresentado por pastor, porque o resto já existe.

Sempre é conveniente recordar que o Datanexus, desenvolvido pelo SBT em 2002, quando entrou em funcionamento não apresentou diferenças significativas do Ibope. A tal ponto de Silvio Santos ter desistido da sua implantação pouco mais de um ano depois, quando entendeu que deveria focar os seus investimentos em outros setores.

Portanto, é bom separar bem as coisas e colocar as questões de forma muito clara. A chegada da GFK tem aspectos bem positivos, até porque a concorrência é sempre saudável nos mais diversos ramos de atividade, mas isto não pode ser visto como salvação de todos os males. Vai chegar a hora do vamos ver.

*Colaboração de José Carlos Nery

Leia a íntegra da coluna do Flávio Ricco