Bruno Mazzeo retrata o cotidiano cômico em "Junto e Misturado"

Bruno Mazzeo gosta de dar um passo de cada vez. No ar em "Junto e Misturado", onde também assina a redação final, ele é do tipo que encara as coisas com tranquilidade. Principalmente no que diz respeito a trabalho. "A gente acerta em um para errar no outro. Às vezes, apostamos muito e não acontece nada. Ou o contrário", analisa. Justamente por isso não hesitou quando decidiu parar de fazer o "Cilada". O programa, que já estava na sexta temporada, era o líder de audiência do Multishow. O canal queria mais, só que Bruno achou melhor sair em busca de novas oportunidades. "Gosto de sair da zona de conforto. Poderia ter feito outra temporada. Mas quis fazer uma outra coisa", explica.

Na mesma época, surgiu a chance de atuar em "Beleza Pura", da Globo, na pele de um vilão engraçado. Aliás, fazer novelas novamente é algo que Bruno não descarta. Apesar de ser conhecido pelos trabalhos de comédia, ele gostaria de se aventurar por uma linha diferente da que está acostumado. "Tenho vontade de fazer um vilão do Gilberto Braga. No dia que ele me der uma oportunidade, vão morrer de medo de mim. A velhinha vai querer me bater na rua", brinca.

No entanto, voltar para os folhetins é algo que não vai acontecer tão cedo. Afinal, o momento é de dedicação ao "Junto e Misturado". No humorístico, Bruno contracena com Debora Lamm, Gregório Duvivier, Renata Castro Barbosa, Fabiula Nascimento e Fábio Porchat. Mesmo tendo sido uma encomenda feita por Eduardo Figueira, diretor geral de produção da Globo, Bruno teve liberdade de criação. "Essa geração tem uma coisa de falar do cotidiano. Então o 'Cilada' sempre foi uma referência", explica ele, que já se prepara para caso exista a possibilidade de uma segunda temporada do programa. "Estamos pensando em episódios. Se tiver, a gente não pode esperar a estreia. Temos de adiantar as coisas", conta.

Você fez seis temporadas do "Cilada" e é muito lembrado por esse trabalho. Teve a preocupação de trazer alguma novidade para o "Junto e Misturado" para diferenciar um seriado do outro?
Por ser um programa apresentado como o lançamento de uma nova geração de humoristas, era preciso trazer alguma coisa nova. Mas, ao mesmo tempo, tudo já foi tão feito que a gente optou pela mistura. O grande diferencial é a agilidade. É tudo muito rápido. As pessoas estão acostumadas com esquetes um pouco maiores. Em "Junto e Misturado", tem cenas de 15, 20 segundos. Não tem nada de um minuto.

Além de atuar, você assina a redação final do humorístico. E o Fábio Porchat, que integra o elenco, é um dos autores. Sente que isso ajuda em cena?
Facilita muito pelo fato de a gente estar no set. No cinema, na TV e no teatro, às vezes o autor tem uma ideia na hora de escrever. Mas, para realizar, a coisa muda ou não funciona no momento. Por isso, o autor no set resolve aquilo no próprio momento.

Você começou a trabalhar como roteirista cedo, aos 14 anos. Hoje, se sente mais confortável escrevendo ou atuando?
Me sinto confortável em bons trabalhos. A minha função dentro deles independe. Em "A Diarista", por exemplo, escrevi por três anos e meio e nunca atuei em nenhum episódio. Tem um filme que estou produzindo para o ano que vem, "E aí, Comeu?", um roteiro do Marcelo Rubens Paiva, que só vou atuar, não escrevi nada.

Está com outros projetos?
Tem o filme "Cilada.com", que envolve exposição na internet. Um vídeo denigre a imagem do protagonista e ele tenta reverter a situação. O "Muita Calma Nessa Hora", é meu primeiro filme. Escrevi e produzi. Já está pronto e estamos preparando o lançamento para dezembro de 2010. Fala sobre um grupo de jovens amigas que estão passando por momentos cruciais em suas vidas.

(Por Luana Borges)

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