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15/10/2010 - 06h05

"Dexter" lida com novas emoções em sua quinta temporada

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles
  • O ator Michael C.Hall em um pôster da quinta temporada da série Dexter, que traz a frase: Culpa pode ser um assassino

    O ator Michael C.Hall em um pôster da quinta temporada da série "Dexter", que traz a frase: "Culpa pode ser um assassino"

ALERTA DE SPOILER: SE NÃO QUISER SABER DETALHES IMPORTANTES DA SÉRIE, NÃO CONTINUE A LER ESTE TEXTO

Quem acompanha a série "Dexter" sabe que ao final da quarta temporada o simpático especialista forense/implacável serial killer, vivido por Michael C. Hall, estava à beira do abismo depois do brutal assassinato de sua mulher (Julie Benz) pelo Trinity Killer (John Lithgow, premiado pelo desempenho com um Emmy e um Globo de Ouro). A quinta temporada, que começou dia 26 de setembro nos EUA, retoma a narrativa exatamente onde ela foi interrompida, com Dexter lidando como pode com a tragédia, a necessidade de cuidar de seu filho, o medo de que ele cresça para ser uma réplica do pai, o remorso por não ter despachado o Trinity Killer mais cedo e uma fúria silenciosa borbulhando no fundo de sua alma.

“Esta temporada é única porque há um elemento de profundidade emocional que ainda não tínhamos visto”, diz Michael C. Hall. “Dexter está lidando ou tentando lidar com sentimentos que não consegue nem identificar direito. Todo o seu relacionamento com Trinity, até o momento em que ele o matou, foi virado pelo avesso e Dexter não sabe o que fazer com esta nova série de emoções. Ele sempre esteve no limite enquanto administrava seu lado sombrio, e agora este limite está cada vez mais fluido e impreciso.”

Fundamental para ancorar este aspecto da quinta temporada é a presença de um novo personagem – a misteriosa Lumen vivida por Julia Stiles, cujo relacionamento com Dexter é provavelmente a experiência mais emocionalmente profunda e complicada que ele já teve. “É uma relação que, a princípio, não é romântica, mas que certamente é a mais íntima que Dexter já teve”, Hall descreve. “Eles sabem os segredos mais sinistros um do outro. Há um desejo mútuo por conexão, nascido da cumplicidade e da sintonia entre eles, que é absolutamente sedutora. Durante toda a temporada vamos nos centrar nessa relação e explorá-la. “

“O modo como ela entra na história zera tudo”, diz Julia Stiles, que se confessa fá da série e de Michael C. Hall. “Não importa quem a personagem tenha sido no passado, quando ela e Dexter se encontram é um marco zero para ambos. E, como Dexter, todas as coisas horríveis que ela enfrentou, de certa forma, são a fonte de sua força e seu poder. Vejo muitas semelhanças entre ela e a protagonista de "The Girl With the Dragon Tattoo"- é a interpretação literal do ditado ‘o que não te mata te torna mais forte.’”

Como seu personagem, Michael C. Hall chegou ao final da quarta temporada numa encruzilhada, ao ser diagnosticado com linfoma de Hodgkin quando ainda estavam filmando os últimos episódios. Depois de um debilitante ciclo de quimioterapia na virada do ano – o que explica sua estranha aparência quando subiu ao palco em janeiro para aceitar seu Globo de Ouro como melhor ator de série drama – Hall está em completa remissão. “Eu me sinto ótimo”, ele diz. “Acredito que minha atitude mental positiva me ajudou a recuperar minha saúde, mas sei muito bem que minha cura se deve aos medicamentos que tomei, ao fato deles terem sido prescritos de forma correta e adequada ao meu caso.”

Hall tinha planejado manter sua enfermidade em segredo, mas acabou aceitando o convite para comparecer à cerimônia dos Globos de Ouro porque achou que seria “positivo para outras pessoas e outras famílias que estão enfrentando a mesma batalha me verem e saber que eu passava pelo mesmo processo”. “No fim das contas, foi positivo para mim”, ele diz. “E não estou falando de ter ganhado o prêmio, que foi uma surpresa e uma coisa extraordinária, mas porque compartilhar o que eu estava passando me trouxe todo o carinho e a energia de outras pessoas, uma conexão que foi essencial para meu processo de cura. Apesar de Dexter estar sempre matando pessoas, eu só consigo vê-lo como uma pessoa vital.”
 

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