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23/05/2009 - 06h53

Deborah Evelyn ri de sua vilã em "Caras e Bocas"

PopTevê
Depois do "corta!", sonoras gargalhadas. Deborah Evelyn conta que é isso que geralmente acontece nos estúdios após as cenas de Judith, vilã que interpreta em "Caras e Bocas". "Ela faz e diz coisas tão surreais, tão absurdas, que a gente ri", explica. Não que a malfeitora tenha tiradas engraçadas. Ao contrário. Judith é amarga, ambiciosa e já começou a história cometendo um crime - provocou a morte de Jacques, seu ex-padrasto e dono da mineradora Conti vivido por Ary Fontoura -, mas nem de longe carrega o peso de uma vilã do horário nobre, por exemplo.

"Ela é uma vilã clássica, amoral, mas o horário das sete tira essa carga. Já estou levando pedradas na rua, mas as pessoas já sabem diferenciar ator e personagem. Ainda bem", diverte-se.

DEBORAH EVELYN FALA DA JUDITH DE "CARAS E BOCAS"

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Judith é do tipo que faz qualquer coisa para conseguir o que quer. O principal objetivo da vilã é manter o cargo de presidente da mineradora, que assumiu desde a morte de Jacques, seu fundador. Para isso, ela faz de tudo para separar Dafne e Gabriel, personagens vividos por Flávia Alessandra e Malvino Salvador. Afinal, caso Dafne se case, a heroína assumirá automaticamente o comando da empresa, por ser neta do falecido.

"Adoro mocinhas, e já fiz várias. Mas com a vilã a gente se diverte muito. Existe uma curva maior de possibilidades de ações. Ela não está comprometida com a moral e os costumes", compara, com indisfarçável sorriso.

Avessa a maiores preparações, Deborah conta que se limitou a assistir a alguns filmes da atriz norte-americana Bette Davis e fazer várias leituras do papel com o diretor Jorge Fernando. Outro elemento que ela considera importante na composição é o figurino. "Vestir a roupa, ajeitar o cabelo, entrar em um visual que não é seu, ajuda muito", reforça.

Na verdade, a atriz considera o dia a dia, as viagens, a observação e a bagagem cultural, por exemplo, aliados fundamentais de um bom ator. "Ator tem de ser uma pessoa preenchida, porque quanto mais você tiver para dar para um personagem, melhor. Viajar, por exemplo, é um momento de você se alimentar. O ator tem de aprender a lidar com suas emoções e seu corpo", ensina.

A megera da trama de Walcyr Carrasco é a primeira vilã interpretada pela atriz, que já contabiliza 26 anos de profissão. Consciente da instabilidade típica da carreira que escolheu, Deborah se considera uma sortuda. Ao prestar vestibular para a EAD - Escola de Artes Dramáticas da USP, aos 17 anos, ela foi vista pelo diretor Walter Avancini em um dos testes públicos, e ele a convidou para um papel na minissérie "Moinhos de Vento", de 1983. E lá foi ela para a tevê, sem nenhuma experiência além de algumas peças de teatro amador. "O Avancini sentou comigo e me explicou exatamente como eu deveria construir a personagem, a espinha dorsal, enfim... Tive muita sorte", recorda ela, que cursou Artes Dramáticas paralelamente ao curso de Ciências Sociais, na mesma universidade.

Assim que se formou, Deborah voltou para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, e nunca lhe faltou trabalho. A primeira novela foi "A Gata Comeu", em 1985. Depois, apesar de não ter encarnado protagonistas, ela viveu tipos marcantes como a neurótica Beatriz de "Celebridade", em 2003, e a Salomé da minissérie "JK", em 2006. "É uma profissão difícil, árdua.
Não é só glamour, como pensam. Mas acredito que, além de talento, dependemos também da sorte. Sou privilegiada por conseguir viver da minha profissão, daquilo que amo", pondera, com sua habitual simpatia.

(Por Fabíola Tavernard)
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