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06/07/2007 - 17h27

Patrícia Werneck vive os conflitos românticos de seu papel em "Paraíso Tropical"

Do PopTevê

Luiza Dantas / CZN

Patricia Werneck, atriz que interpreta a doce Camila em ''Paraíso Tropical''

Patricia Werneck, atriz que interpreta a doce Camila em ''Paraíso Tropical''

Dia desses, Patrícia Werneck ouviu um comentário no mínimo engraçado de sua mãe: "Minha filha, como você é boa atriz! Como você respeita aquela mãe! Para mim, você dava cada resposta...". Aos risos, a atriz de 27 anos que vive a doce Camila de "Paraíso Tropical", recorda sua adolescência, quando morava com a mãe, com quem tinha inevitáveis discussões. "Como temos personalidade forte, tínhamos muitos conflitos. Mas isso é normal", pondera.

No ar como uma das apostas de Gilberto Braga, a morena de traços delicados interpreta uma personagem com uma postura diametralmente oposta à sua no passado. Para não desapontar a mãe, Neli, de Beth Goulart, a personagem abre mão da própria felicidade. Apesar de apaixonada por Mateus, vivido por Gustavo Leão, ela casou-se com o bem-sucedido empresário Fred, papel de Paulo Vilhena, só para manter o emprego do pai, Heitor, interpretado por Daniel Dantas - subordinado ao genro na empresa. O que aparentemente se trata de uma enorme fragilidade emocional, a atriz define como força. "Ela tem de ser forte para bancar escolhas tão difíceis", avalia.

Força, aliás, foi o ponto de partida para que Patrícia decidisse largar o Marketing - especialidade que escolheu na faculdade de Comunicação Social - e viajasse para os Estados Unidos para estudar interpretação, aos 21 anos. "Não era feliz trabalhando com eventos. Então, fui experimentar", conta a atriz, que vendeu seu carro e trabalhou como garçonete para poder bancar um curso em Nova Iorque.

A garota precoce conseguiu, aos 12 anos, uma vaga no curso de interpretação do Teatro Tablado, no Rio de Janeiro, aos 12 anos. Apaixonada pelos palcos, ela até pensava em ser atriz, mas desistia ao imaginar que passaria a vida mal remunerada. "Achava que ator vivia duro", confessa. Na volta ao Brasil, Patrícia participou da montagem de Luana Piovani de "Alice no País das Maravilhas", da peça "Pequenas Raposas", de Lillian Hellman, e do musical "Léo e Bia", de Oswaldo Montenegro.

A estréia na tevê foi na primeira temporada da série do canal pago HBO, "Mandrake", produzida em parceria com a Conspiração Filmes - produtora que tem entre os donos um irmão de seu marido, o ator André Barros. O papel - de uma assassina drogada - era pequeno, mas chamou a atenção da diretora Amora Mautner, que a convidou para um teste para a minissérie "JK". Patrícia viveu a Silvinha, até ser aprovada no teste para a trama de Gilberto Braga. "As coisas foram difíceis. Fui reprovada várias vezes até entrar na novela", desabafa.

Talvez por isso, ela seja tão exigente e disciplinada. Patrícia é acompanhada por uma fonoaudióloga e procura assistir às suas cenas diariamente. Para manter a "cabeça no lugar", julga indispensáveis as sessões de análise, que faz há dois anos. "Você tem de se conhecer muito bem para ser ator. Em tevê, o ''feedback' é rápido. Você faz, assiste, e sente a repercussão imediata", explica, contando que não imaginava ser tão reconhecida nas ruas. Menos ainda, que seria um pouco "mimada" só por ela estar na novela. "Outro dia, no salão, a manicure foi comprar uma revista nova só porque perguntei se só tinha revista velha lá. É impressionante como o tratamento muda", diverte-se.

Por outro lado, a atriz reconhece que, apesar de estar em um bom momento da carreira, nem tudo são flores. A instabilidade é algo que, ela confessa, a preocupa bastante. Não só pelo lado financeiro, mas também pelo medo do óbvio. Explica-se. Ela acredita que ficar estagnada desacelera o processo criativo do ator. "Ter um monte de idéias na cabeça e não poder expor, não ter ninguém que te ouça, é desesperador", exagera a moça, que sonha em montar clássicos no teatro, como "A Gaivota", de Anton Tchecov. "Leio as peças e monto o elenco na minha cabeça. Gostaria de produzir", encerra.
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