Rodrigo Andrade é o Eduardo de "Insensato Coração" (junho/2011)
Na reta final de “Insensato Coração”, o ator Rodrigo Andrade, que vive o homossexual Edu na trama, conta, em entrevista à coluna “Pronto, Falei!”, do jornalista Leo Dias, que tem sido muito assediado pelo público gay. “O assédio gay aumentou muito. Acho que eles querem tirar a prova. Parece que rola até bolão. Ele é ou não é? (risos). Isso é bom porque é resultado de um trabalho que passou verdade”, afirma.
O ator faz um retrospecto da trajetória do personagem na novela e afirma que, para ele, Edu não virou gay. “Ele se descobriu. Estudei muito e vi que alguns descobrem antes, outros mais tarde, e outros nem se descobrem. Ele começou a se permitir olhar para o lado, se interessou, começou a gerar um conflito interno. Tem o desejo, mas ao mesmo tempo tem a reprovação, o preconceito”, lembra.
Rodrigo conta que, ao criar o personagem, leu estudos a respeito da homossexualidade. E concluiu que passou a acreditar que as pessoas nascem gays. “Existe um estudo – que li na construção do personagem – que diz que cerca de 8% dos mamíferos nascem com tendência à homossexualidade”, aponta.
O ator conta também que ninguém pensa que ele é gay na vida real. “Ninguém nunca chegou para me falar (risos). Acho que o público está muito maduro, já sabe diferenciar bastante ator e personagem. Só teve uma criança que encontrei no supermercado que foi muito engraçada. Estava fazendo compras e veio um garotinho. Na hora que ele me olhou, gritou: ‘pai, o viado da novela!’”, conta, aos risos.
Para Rodrigo, ter feito um gay em “Insensato Coração” foi bom não só para sua carreira como também para a sociedade em geral. “’Insensato’ foi uma novela que derrubou vários tabus. Os autores foram maestros de uma linda música, na minha opinião. Eles conduziram muito bem essa questão. A proposta era apresentar dois caras sérios, que se envolveram e se apaixonaram e fazer com que isso fosse aceito pela sociedade brasileira. E a resposta que tenho é que foi aceito”, conta.
Rodrigo diz que tem viajado bastante pelo país e notado a ótima repercussão do personagem. “Em qualquer lugar do Brasil é unânime. Todo mundo vem falar muito bem do personagem. Então acho que se foi aprovado, a gente cumpriu nossa missão”, diz ele, que não descarta a possibilidade de interpretar outro gay na TV. “Não tenho preconceito nem medo de ficar tachado. Já fiz vilão, mocinho, briguento, baiano... Cada personagem é um”, finaliza.