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05/08/2011 - 07h00

Núcleo gay de "Insensato Coração" foi um dos destaques da novela

FÁBIA OLIVEIRA
Do UOL, no Rio
  • Marcos Damigo e Rodrigo Andrade em Insensato Coração (junho/2011)

    Marcos Damigo e Rodrigo Andrade em "Insensato Coração" (junho/2011)

"Insensato Coração" chega ao fim no próximo dia 19 e um dos assuntos mais comentados foi o núcleo gay da novela. O folhetim falou muito sobre a homofobia e ousou ao mostrar um namoro homossexual como o de Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo). Nas últimas semanas, muito se especulou sobre a morte dos personagens, que seriam assassinados por Vinícius (Thiago Martins). O ator Rodrigo Andrade afirma não saber o desfecho certo de seu papel, mas só vê pontos positivos na trama escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares. "Não sei se o Eduardo vai morrer, mas confio cegamente nos autores. O que for melhor para o personagem e para a sociedade vai ser o que vai acontecer", diz.

A Globo cortou parte de algumas cenas escritas pelos autores da novela das nove, como a que Paula (Tainá Müller) descobre que seu ex-namorado é gay. Na sequência, na boate Barão da Gamboa, havia muitas palavras de baixo calão, como “maricona”, que não foram ao ar. "Somente alguns xingamentos foram retirados, mas isso não comprometeu a cena", pondera Rodrigo.

A primeira relação sexual de Eduardo aconteceria em um motel, mas a transa acabou rolando na casa de Hugo. "Transferir o cenário não modificou o teor da cena. Ficou explícita a iniciação homossexual de Eduardo e nada foi mostrado. Fizemos o antes e o depois da transa de uma forma sutil que agradou a todos. Saio do Projac com o carro abarrotado de presentes e cartas que recebo do público. Eduardo já tocou muita gente", analisa.

Rodrigo faz questão de ressaltar que nunca gravou uma cena de beijo gay. "Alguns veículos escreveram que eu gravei uma cena de beijo com o Marcos e que não foi ao ar. Não houve essa cena. A gente não gravou. Acho que, na verdade, o beijo não fazia a diferença. Tudo pôde ser mostrado de maneira sutil", observa

Havia uma cena escrita em que a Sueli (Louise Cardoso) levava café na cama para Eduardo e Hugo (Marcos Damigo), mas que não foi ao ar. "Já pensei muito sobre esse assunto e não sei responder nada sobre os cortes das cenas. A gente não participa dessas decisões", esquiva-se Marcos Damigo.

A morte de Gilvan (Miguel Roncato), que foi ao ar nesta quinta-feira (4), já estava prevista desde que o ator foi convidado para o papel. "Já fui convidado sabendo que ele seria vítima fatal de práticas homofóbicas. Foi uma aparição relâmpaga, mas importante para a minha carreira", avalia Miguel.

Gravar a cena em que Gilvan é atacado por um grupo de pitboys e assassinado dentro do quiosque de Sueli (Louise Cardoso) não foi fácil para Miguel. "Nunca havia morrido em cena. Fiquei ansioso para gravar. Fui dirigido pelo Vinícius Coimbra, que me deixou muito à vontade", lembra.

Desde que Gilvan entrou em "Insensato Coração", Miguel assegura que nunca teve uma cena sequer cortada: "Tudo o que recebi no capítulo foi ao ar na íntegra". Na opinião de Miguel, Gilvan era um personagem sofrido e especial. "O pai e o irmão não aceitavam a homossexualidade dele e ele preferiu deixar a casa onde morava para buscar sua felicidade. Gilvan via o mundo de maneira simples e acho que isso cativou não só a Sueli, mas também o público", explica.

No dia 19, saem os gays de "Insensato Coração" e entra no ar um homossexual engraçado, o Crodoaldo Valério (Marcelo Serrado), de "Fina Estampa". Durante a coletiva de imprensa realizada no Projac, na manhã da última quinta-feira (4), o autor, Aguinaldo Silva, fez questão de dizer que não vai levantar a bandeira da união entre pessoas do mesmo sexo. "Não levanto bandeira nenhuma nas minhas novelas. Por enquanto, o único gay é o personagem do Marcelo, mas pode ser que mais alguém saia do armário ao longo da trama", adiantou. 

Marcelo Serrado explica que Crô tem um caso secreto com alguém que, para o público, não é homossexual assumido. "Ele se relaciona com uma pessoa, mas há um mistério no ar. Se fosse para comparar com os gays de 'Insensato Coração', acho que o meu personagem segue mais a linha do Roni [Leonardo Miggiorin] porque ele é leve, divertido", disse.

O ator, aliás, parou de assistir a novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares justamente para não ser influenciado pelos homossexuais da trama. "Parece até cota! Tem gay demais na novela do Gilberto e o Aguinaldo vem meio que para quebrar isso", brincou.

 

 

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