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29/08/2011 - 16h43

"Nos damos muito bem trabalhando", conta a atriz Eva Wilma sobre sua relação com o autor Aguinaldo Silva em "Fina Estampa"

Do Pop Tevê
  • Eva Wilma volta a fazer dobradinha com Aguinaldo Silva

    Eva Wilma volta a fazer dobradinha com Aguinaldo Silva

Há 14 anos, Eva Wilma interpretava uma das mais marcantes personagens de Aguinaldo Silva, a vilã Altiva de "A Indomada". Inclusive com o papel ganhou o prêmio da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte -, o Troféu Imprensa, e o prêmio Contigo! como Melhor Atriz. De volta a um folhetim do autor, Eva interpreta outro tipo antipático, a Íris de "Fina Estampa". "Ela é uma espécie de alter ego do Aguinaldo Silva. É a única que sabe o segredo da trama", adianta Eva. Sua personagem é tia da prepotente Tereza Cristina, vivida por Cristiane Torloni, em quem dará uma rasteira no desenrolar da história. "Também sou um pouco tia da Cristiane. Comecei no Teatro de Arena ao lado de seus pais. Mas as nossas personagens vão viver puxando o tapete uma da outra. Vamos digladiar", brinca ela, que não abre mão de fazer teatro, onde começou a sua carreira.  "Me atrevo a plagiar o Paulo Autran e dizer que a televisão pertence um pouco mais ao ibope. Mas não me baseio nisso", garante.     

Pop Tevê – A sua relação com o Aguinaldo é antiga. Como é voltar em um folhetim dele?  
Eva Wilma – Estou satisfeita porque acho que ele tem muito humor e talento. Fiquei ainda mais eufórica quando assisti a uma entrevista em que o Aguinaldo, falando sobre as novelas mais marcantes, citou "A Indomada" como a maior. Fiquei extasiada. Realmente nos damos muito bem trabalhando. Ele oferece um material interessante para mim como atriz. O autor oferece a partitura mas o ator é quem vai executar. E em novela tem uma coisa gostosa que é o diálogo com o autor sem conversar. Só na interpretação. Ele cria uma frase musical e, de acordo com a sua interpretação, ele vai criar a próxima.  

Pop Tevê – Com tanto tempo e inúmeros personagens, como faz para se esvaziar de um papel e entrar em outro sem se repetir?
Eva Wilma – Para não ficar estigmatizada, rotulada, faço muito teatro e cinema. Paralelamente e simultaneamente com os meus trabalhos na tevê. Eu me reciclo, evoluo no espaço cênico livre. Uso esse termo porque o teatro pode acontecer numa fábrica, em um clube, com o público em volta. Para simplificar, de corpo e alma inteiros. O exercício no espaço cênico livre é uma constante reciclagem e evolução do trabalho do ator. O termo representar, que é o nosso ofício, tanto no inglês, quanto no alemão e no francês significa brincar. É o prazer da brincadeira. É o lado lúdico. E eu tenho essa inspiração constante. Até porque tenho netos que vão dos 4 até os 25 anos. Então consigo virar uma criancinha de novo.

Pop Tevê – Você acompanhou mudanças significativas na teledramaturgia. Acredita que a tecnologia e as inúmeras possibilidades de produção estão a favor ou contra as novelas?  
Eva Wilma – Na maioria das vezes, acredito que o excesso de tecnologia pode vir em detrimento do lado artístico da dramaturgia. Mas isso também depende do diretor e dos intérpretes. Mas o meu trabalho é justamente "mandar ver" para que isso não aconteça. Na síntese do que vai ao ar em uma semana, eu brinco dizendo que tem muito avião explodindo, naves espaciais subindo, e na hora de se contar a história pode se perder um pouco. Tem de se atentar sempre para a volta ao tema real da dramaturgia, que é "contar uma história".

Pop Tevê – Com 77 anos de idade e mais de 50 anos de carreira, já pensou ou pensa em se aposentar?
Eva Wilma – Não mesmo. Aliás, de jeito nenhum! Nunca pensei nisso e nem sei se vai passar pela minha cabeça. Acredito que devemos evoluir sempre. Essa profissão é meu alimento. O prazer em representar evolui cada vez mais.

(Manu Moreira)

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