Bertolucci diz que "Mad Men" tem roteiro e direção melhores do que Hollywood
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Jean-Paul Pelissier / Reuters
O diretor Bernardo Bertolucci na apresentação do filme "Io E Te" no Festival de Cannes 2012
Aos 12 anos, Bernardo Bertolucci se olhou no espelho e se imaginou como John Wayne. Hoje aos 73, ele está confinado a uma cadeira de rodas, mas continua sendo uma figura imponente dentro do cinema italiano.
Bertolucci anda desapontado com a Hollywood, acha que séries de TV como "Mad Men" têm roteiros e direção de atores melhores do que as produções da telona.
"Minha geração teve um caso com a cultura norte-americana, sem dúvida. Um poste de rua e um hidrante de incêndio me fizeram cantar na chuva. Mas os filmes norte-americanos dos quais gosto atualmente não vêm dos estúdios de Hoollywood, e sim das séries de TV, como 'Mad Men', 'Breaking Bad', 'The Americans'", disse ele em entrevista após receber o prêmio.
"Gosto quando eles duram 13 episódios, mas aí vem uma nova série com mais 13 episódios", disse ele, rindo, ao comparar essa estrutura com os folhetins publicados nos jornais no século 19.
O cineasta discutiu seu caso de amor com a cultura norte-americana, e seu desdém pelo que Hollywood tem produzido hoje, na noite de segunda-feira (27), quando foi homenageado em Roma pela Academia Americana.
A Academia Americana, mais antiga instituição dos EUA no exterior para o estudo independente das artes e humanidades, homenageou Bertolucci com o prestigioso prêmio McKim, já entregue anteriormente a personalidades como o maestro Riccardo Muti, o compositor Ennio Morricone, o cineasta Franco Zeffirelli e o escritor Umberto Eco.
Mas, hoje, o diretor de filmes como "O Último Tango em Paris", "O Último Imperador" e "Novecento" acha Hollywood deprimente.
"Exceto por algumas poucas produções independentes, acho que tudo que vem de Hollywood é em geral triste. Isso me entristece muito."