Sherlock Holmes ganha nova roupagem em série de TV dos EUA
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John Paul Filo/Divulgação
Lucy Liu e Jonny Lee Miller atuam na série "Elementary" (27/9/12)
Quantas vezes Sherlock Holmes pode ser reinventado? Pelo menos mais uma vez, a julgar pela mais recente encarnação na TV do detetive britânico criado por Sir Arthur Conan Doyle mais de 120 anos atrás.
"Elementary" ("Elementar), que estreia na CBS nesta quinta-feira, coloca um toque de modernidade no conto clássico ao escolher o ator britânico Jonny Lee Miller como um viciado em drogas em recuperação morando em Nova York, e Lucy Liu como a sua rara - mas longe de ser a primeira -- ajudante feminina, Dra. Joan Watson.
O programa norte-americano, meio de crime, meio de personagens, segue centenas de filmes, séries de TV e livros sobre, ou inspirados por, o detetive amador excêntrico de Londres com excelentes habilidades lógicas e seu amigo de longo sofrimento.
Só nos últimos anos, Holmes deu origem a dois filmes de sucesso, com Robert Downey Jr. como um herói de ação atrevido do século 19, e a premiada minissérie moderna da BBC "Sherlock", estrelada por Benedict Cumberbatch.
Holmes também inspirou o personagem do médico diagnosticador brilhante, mas rabugento doutor Gregory House (Hugh Laurie) na série de TV "House".
De acordo com o Livro dos Recordes Guinness, Sherlock Holmes é o personagem mais retratado na história do cinema, com sua primeira aparição na tela datando de 1900.
"Esse cara tem uma marca tão identificável quanto você jamais poderia pedir. Todo mundo sabe imediatamente o que ele significa, e o que ele representa. É como o Superman, você pode continuar refazendo a cada nova era", disse Robert Thompson, professor de cultura popular da Universidade de Syracuse.
"Muitos dos Sherlocks que temos visto são muito separados do que o que Conan Doyle criou. Mas você ainda pode usar aquele esqueleto geral e daí a cada cinco anos ou mais você o veste com novas roupas", afirmou Thompson à Reuters.
Drogas e quebra-cabeça
Rob Doherty, o criador de "Elementary" e um fã de longa data de Conan Doyle, diz que vê as impressões digitais de Sherlock Holmes em quase todos os programas de TV modernos sobre crime.
A versão de Doherty está centrada em Holmes como um viciado -- não apenas na cocaína mencionada nos livros originais, mas também em resolver quebra-cabeças em geral.
"Eu acho que, em muitos sentidos, ele tem uma personalidade viciante.... O Sherlock original se envolveu com cocaína, com opiáceos", disse Doherty a jornalistas de televisão no mês passado.
"Nosso Sherlock tinha esses mesmos problemas, mas eu acho que uma das grandes diferenças é que o nosso Sherlock chegou a um impasse sério", contou ele. "Ele surgiu com uma pequena pontinha de dúvida sobre si mesmo que nunca existiu antes."
Liu, que já atuou nas duas versões para o cinema de "As Panteras", é contratada para ser a "companheira sóbria" de Holmes e interpreta Watson como uma ex-cirurgiã em desgraça com suas próprias falhas e mistérios.
"Ela é tão instável (quanto Holmes), mas não tão óbvia, porque ela está tentando se distrair de seus próprios problemas com os problemas dele", disse Liu a repórteres em agosto.