Criador defende série "Newsroom" e nega ter demitido roteiristas

Jill Serjeant

O roteirista vencedor do Oscar Aaron Sorkin defendeu ardorosamente na quarta-feira (1º) sua polêmica série de TV "Newsroom", que se passa na redação de um fictício canal de TV a cabo, e negou que tenha demitido os colaboradores que o ajudam a escrevê-la.

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    Jeff Daniels em cena de "The Newsroom"

"Newsroom" mistura histórias jornalísticas reais e personagens de ficção, em enredos dramáticos ambientados num local de trabalho. Mas Sorkin disse que a intenção do programa não é se intrometer na forma como os canais de TV reais cobrem grandes fatos.

Sorkin, que também foi o roteirista por trás da série "The West Wing", ambientada na Casa Branca, e do filme "A Rede Social", que conta a história do Facebook, disse a jornalistas que o próximo episódio de "Newsroom" irá tratar da captura e morte de Osama bin Laden por militares dos EUA, um fato real ocorrido em 2011.

"Newsroom" estreou em junho no canal HBO, e desde então provoca grande repercussão, dividindo críticos e fãs por seu retrato utópico de como a televisão deveria ser, e pela forma como mostra os repórteres televisivos.

"Só tento escrever do jeito que escrevo", disse Sorkin à Associação dos Críticos de Televisão. "Não tento descobrir o que a maioria das pessoas vai gostar, e aí lhes dar isso. Tento escrever sobre o que eu gosto, e o que eu acho que meus amigos irão gostar, e aí fico de dedos cruzados para que um número suficiente de pessoas goste e que eu possa continuar fazendo."

"Sempre que as pessoas falam tanto de um programa de TV isso é bom para a televisão, bom para as pessoas que assistem e bom para as pessoas que trabalham na televisão", disse.

Sorkin aproveitou a oportunidade para desmentir reportagens do mês passado segundo as quais ele teria demitido os roteiristas colaboradores para a segunda temporada, que já está encomendada pela HBO.

"A equipe de roteiristas não foi demitida... Ver isso ser impresso apavorou os roteiristas. Eles estão chegando cedo para trabalhar e sendo educados comigo. Adoro a equipe de roteiristas. Acho que ele são um grupo fantástico."

Entre os fatos dos últimos anos abordados na série estão o vazamento de petróleo da BP no golfo do México, o acidente nuclear de Fukushima (Japão) e o atentado contra a deputada norte-americana Gabby Giffords.

Muitos jornalistas ficaram ofendidos por entenderem que a série critica as coberturas --e especialmente os erros cometidos durante intervenções ao vivo.

"Eu não queria fazer notícias falsas. Não sentia que seria possível nos identificamos com notícias falsas", disse Sorkin, que no entanto acrescentou: "Não fiz isso (usar notícias reais) para poder me alavancar retrospectivamente, para que eu pudesse deixar os nossos personagens mais inteligentes".

O roteirista também rejeitou as críticas de que as personagens femininas seriam mais atrapalhadas no trabalho do que os jornalistas homens. Segundo ele, todos os personagens da série são profundamente falhos.

E ele disse que a primeira temporada já foi toda gravada, de modo que ele não poderia realizar mudanças, mesmo se quisesse.

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