Remake da série "Dallas" estreia nesta quarta (13) com antigos atores e novas intrigas
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Rick Diamond/Getty Images for TNT/AFP
Os atores Josh Henderson and Linda Gray na coletiva da reestreia da série "Dallas", no último sábado (9), em Tennessee, nos Estados Unidos
O remake do drama "Dallas", exibido na TV americana de 1978 a 1991, estreia nesta quarta-feira (13), no canal a cabo TNT. Com novas disputas pelo poder no rico mundo dos poços de petróleo do Texas, "Dallas" volta com o melhor do seu elenco antigo, como o barão J.R. Ewing, interpretado pelo ator americano Larry Hagman.
Porém, novos atores entram para melhorar ainda mais a história. John Ross Ewing Jr., tão maquiavélico, perverso e ambicioso quanto seu pai, é interpretado pelo americano Josh Henderson, enquanto o filho adotivo de Bobby e Pamela, Christopher, é encarnado pela atriz norte-americana Jesse Metcalfe. A este personagem, os roteiristas deram uma namorada, Rebecca Sutter, interpretada pela atriz argentina Julie Gonzolo.
"Francamente, é uma bênção", declarou a atriz Linda Gray, Sue Ellen Ewing na série. "Foi surreal quando anunciaram o nosso retorno. Nós ficamos emocionados". "Dallas" baseou o seu sucesso em fins de episódios cheios de suspense, os "cliffhanger", e reviravoltas inesperadas, como o famoso episódio em que J.R. é morto a tiros por Bobby (Patrick Duffy), mas que posteriormente é explicado pelos roteiristas como um sonho de sua esposa Pamela (Victoria Principal) para justificar a ressurreição do personagem uma temporada depois.
O novo roteiro é assinado por Cynthia Cidre, autora de "Os Reis do Mambo" (1992), com Antonio Banderas, e será a primeira vez que uma mulher estará no controle de "Dallas". O grande desafio do relançamento é a série encontrar seu público, justamente o que os remakes de televisão encontram dificuldades para um novo sucesso.
Larry Hagman, o eterno Major Nelson da adorável comédia "Jeannie é um Gênio", está confiante. "Quando o primeiro "Dallas" foi ao ar, o país enfrentava uma grave recessão e as pessoas não podiam sair porque não podiam pagar uma babá", declarou numa recente coletiva de imprensa. "Então eles tinham que ficar em casa sexta à noite e assistir algo. E nós estávamos lá. E agora aqui estamos nós de novo, no mesmo contexto".
Desta forma, nas vésperas da volta das intrigas e acertos de contas dos poços de petróleo do Texas, Hagman, ator de um dos vilões mais sedutores e infames dos seriados televisivos, deu uma entrevista a Jill Serjeant, da agência de notícias Reuters. Ele falou sobre o retorno ao rancho Southfork, sua paixão fora da tela por energia alternativa e seu ódio por botas de caubói. Confira.
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O ator norte-americano Larry Hagman caracterizado de J.R. Ewing, em preview da série "Dallas", em maio de 2011
Reuters: Qual foi sua primeira reação quando essa nova versão de "Dallas" foi apresentada a você?
Larry Hagman: "Eu disse, 'quem está no show?' e eles disseram Linda Gray, Patrick Duffy. Eu disse 'negócio fechado' antes mesmo de ver o roteiro. Nós somos amigos. Somos tipo os três mosqueteiros. Nós gostamos de trabalhar um com o outro."
Foi difícil voltar para o personagem J.R. depois de todos esses anos?
"Foi como voltar para casa. Não é nenhuma dificuldade entrar no personagem. Eu não sei mais quanto é o personagem e quanto sou eu."
Quanto você pode nos contar sobre o enredo do novo show? J.R. ficou um pouco mais brando?
"Eu acho que você vai achar que ele é tão grosseiro agora quanto era na época."
Você me disse ano passado, quando estava vendendo itens de recordação, que odiava botas de caubói, porque elas eram muito desconfortáveis. Então, como você está lidando com a necessidade de usá-las novamente?
"Use dois tamanhos maiores e não ande muito longe. E quando você se senta e eles estão filmando seu rosto, tire-as."
Assim que as filmagens começaram, você anunciou que tinha câncer. Como você está agora?
"Eu estou OK. Eles me deram algumas semanas de folga no meio, já que eu não apareço muito em cada episódio. Daí eu filmei bastante no final. Isso não afetou a minha presença no programa."
Você acha que o novo "Dallas" vai ter o mesmo tipo de apelo de 30 anos atrás?
"Espero que sim, caso contrário, estamos perdendo nosso tempo. Se conseguirmos metade das pessoas que assistiam ao original, provavelmente seríamos o número um nos dias de hoje. Com a audiência que restou de algumas gerações, e as crianças novas que são atores muito bons, e bons roteiros, eu acho que teremos sucesso."
É verdade que você tem sido um usuário de energia alternativa muito antes de você começar a interpretar um rico barão do petróleo em "Dallas"?
"Eu costumava ter todos os meus carros movidos a gás propano, isso há aproximadamente 40 anos. Daí eu investiguei a energia eólica e energia solar e energia térmica, e coisas assim. Eu moro no topo de uma montanha em Ojai, Califórnia -- cerca de 1.000 metros de altura. O sol lá começa no nascer do sol e dura o dia todo, então eu tenho um lugar ideal para colocar painéis solares. Eu tenho a maior residência privada solar na América! Eu fabrico eletricidade, então a companhia elétrica tem que me pagar cerca de 10.000 dólares por ano pelo que eu não uso."
*Com informações da AFP e Reuters.