"Foi doloroso para mim vê-lo sofrendo", diz atriz Holland Taylor sobre Charlie Sheen
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John Cryer (à esq.), Charlie Sheen e Holland Taylor (à dir.) em cena de "Two and a Half Men"
Holland Taylor não oferece desculpas por nunca ter sossegado, ter se casado ou tido filhos. A atriz de 68 anos, vencedora do Emmy, que atualmente estrela seu próprio show, "Ann", no Kennedy Center de Washington, simplesmente nunca teve tempo para essas coisas.
"Eu sempre achei que estaria casada e acomodada a esta altura, mas talvez eu não esteja pronta", disse, parecendo-se bastante com Jon Cryer, a mãe que ela interpreta na comédia "Two and a Half Men". "Então, talvez eu nunca esteja pronta."
A carreira da atriz floresceu quando ela tinha 30 e poucos anos. Nova-iorquina com raízes da Pensilvânia, ela vive em um ritmo vertiginoso desde então, estrelando no palco, na televisão e na tela grande. Ter uma família simplesmente não estava no roteiro.
"Sou muito, muito feliz. Simplesmente, nunca fui do tipo de casar", disse ela. "Sou uma monogâmica serial. Não tenho relacionamentos múltiplos ao mesmo tempo. Tive uma vida longa e muitos relacionamentos e nenhum deles eu realmente desejo - bem, eu volto atrás - há alguns que eu gostaria de ter passado sem", acrescentou, com uma risadinha.
A atual paixão de Holland é "Ann", baseada na vida da ex-governadora do Texas Ann Richards.
Segundos depois de uma recente apresentação no Kennedy Center, a plateia estava de pé, aplaudindo loucamente o show e sua estrela.
A atriz concebeu a peça há quase seis anos e desde então vem pesquisando e escrevendo o roteiro. Ela admite ter sido cativada pela dinâmica Ann, que morreu em 2006 de câncer no esôfago.
"Tive muitos sentimentos criativos por ela", disse Holland à Reuters. "Se eu fosse uma pintora, teria pintado um quadro. Se fosse uma compositora, teria sido uma partitura. Tive que fazer algo com meus sentimentos com relação a essa perda."
Holland disse que a ideia de levar a história de Ann para o palco "veio de repente".
"Eu estava, literalmente, dirigindo para meu trabalho no meu programa de televisão e certo dia tive que parar no acostamento da estrada", lembra.
"Tive a ideia de que deveria ser uma peça por causa da vivacidade de Ann e de seu contato com o público. Ela mesma disse 'eu fui uma boa candidata ao longo dos anos apenas porque eu me conectava com as pessoas, uma a uma'. Decidi, então, que uma peça deveria ser feita."
SEM OLHAR PARA TRÁS
Holland aperfeiçoou o sotaque e a aparência sulista de Ann. A atriz insistiu em levar a história da política para o palco, não só porque ela poderia interpretar o papel, mas como homenagem à vida de Ann Richards.
"Ela não era uma pessoa que olhasse para trás. Nunca". disse Holland. "Ela não revisava as coisas. Ela seguia em frente, como uma roda que girasse para baixo e para cima. Para baixo e para cima. Mas sempre se movendo para frente. Se ela caía, caía de pé. E não é assim que eu sou. Eu fico muito chateada. Fico muito atormentada. Fico triste. Posso me acovardar. E agora, quando fico assim, eu penso: 'o que Ann Richards acharia desse comportamento? '"
Durante os intervalos na turnê pré-Broadway da peça, Taylor continuará com seu papel em "Two and a Half Men". Ela ficou contente porque o ex-astro Charlie Sheen sobreviveu ao colapso público e seguiu em frente.
"Foi doloroso para mim vê-lo sofrendo e ele fez algo muito, muito perigoso; obviamente que tomar drogas naquele nível é perigoso, mas largá-las muito violentamente é muito perigoso também", disse.
"E ele passou por algo realmente incrível em público. Eu fiquei apavorada por ele. Acho que todo mundo ficou. Mas ele sobreviveu, o que era o que todos queriam."
Holland disse que via os rompantes diários de Sheen e os descreveu como sendo "muito assustadores".
"Havia dias em que eu abria o jornal e ficava assustada em ver que algo realmente horrível aconteceu", disse. "Fico contente que ele tenha escapado disso."