Sucesso como o Pepito de "Alto Astral", ator diz que público pede previsões
Giselle de AlmeidaDo UOL, no Rio
Era para ser uma cerimônia reservada para a família, mas o batizado de Laura, sobrinha de Conrado Caputo, virou um acontecimento. Diante do sucesso do peruano Pepito de "Alto Astral", o ator não passa mais tão despercebido quanto gostaria em certos lugares. E é bom ele ter os poderes mediúnicos de Samantha (Claudia Raia) para saciar a criatividade do público.
"Estou descobrindo essa troca, tudo isso é novo pra mim. Andava de trem, ônibus, metrô anônimo. Outro dia parei numa farmácia e veio um bando de gente em cima de mim. Muita gente pergunta da Claudia e pede previsão. 'Vê se eu vou ganhar na Mega-Sena', 'Vê se meu marido vai voltar', essas coisas", conta ele, aos risos.
Cria do teatro, o paulista de 36 anos que encara sua primeira novela ainda tenta se acostumar com o poder que a televisão tem de deixar os telespectadores íntimos dos artistas. "É um exercício. Sou carinhoso, mas meio seco, não sou de tocar. Sou uma pessoa reservada. Depois do Pepito estou me permitindo mais ser abraçado, estou mais fácil de chegar", analisa.
Foto, não!
Dar autógrafos não é problema para Caputo, desde que ele não esteja no meio de uma ligação ou uma refeição. Já tirar uma selfie é um pedido mais difícil, que não tem a ver com falta de boa vontade. "Nunca gostei de mim numa foto. Sempre penso: 'Vou aparecer no Instagram dessa pessoa! Meu nariz vai ficar feio...'. Procuro brincar, fazer um ângulo diferente, peço: 'Deixa murchar a barriga primeiro' (risos)", diz.
Grande revelação da novela de Daniel Ortiz, o ator prefere dividir o sucesso com os colegas. E jura que não corre o risco de se deslumbrar com a fama. "Ralei muito, comi o pão que o diabo amassou. Estou trabalhando e estou ciente de que na semana seguinte já tem outro no meu lugar. Sucesso não é da gente, é o olhar dos outros. O que é meu de concreto é o trabalho", justifica.
Na trama, o enfermeiro e a paranormal voltaram recentemente de uma temporada inusitada em Maktub, que virou um capítulo à parte na vida da dupla. "Não tive muito tempo de entender e fui na onda. Quando vi, era cinema, bem-feito, engraçado. Além disso foi um respiro, com a entrada de outros atores, a gente é obrigado a reajustar. Reencontrei o Luciano Andrey (Nazir) e a Renata Augusto (Laila) foram meus veteranos na Escola de Arte Dramática. Eu me senti de novo na escola", conta Caputo, que estranhou mesmo foi o figurino.
O futuro de Pepito ainda é um mistério para o intérprete, que só tem um desejo agora que a novela entra em sua reta final: "Torço muito por ele, quero que ele seja feliz. Mas toda surpresa vai ser bem-vinda", conta ele, que arrisca listar os motivos para o personagem ter caído no gosto do público. "Ele é totalmente do bem, amigo, pau pra toda obra, tem carisma. É muito fácil de agradar", analisa.