Veja histórias que aparecem em "Os 10 Mandamentos", mas não estão na Bíblia
Do UOL, em São PauloGraças a primeira novela bíblica da TV brasileira, "Os Dez Mandamentos", a Record tem garantido sua segunda melhor audiência desde a estreia de "Ribeirão do Tempo" (2010) – quando alcançou 12,3 pontos no Ibope. A trama de Vivian Oliveira, com direção de Alexandre Avancini, chegou a alcançar 14 pontos no Rio de Janeiro e 12 na Grande São Paulo, empatando com o SBT em segundo lugar.
O folhetim narra a saga de Moisés, desde seu nascimento até a chegada de seu povo à Terra Prometida, passando pela fuga do Egito através do Mar Vermelho e o encontro com Deus no Monte Sinai. Os mais de cem anos de história serão divididos em quatro fases, com mais de 70 personagens e cerca de 150 capítulos.
O UOL conversou com o teólogo e doutor em estudos Judaicos e Árabes da Universidade de São Paulo, Carlos Augusto Vailatti, que listou alguns episódios que aparecem na trama, mas não estão na Bíblia (veja abaixo). Para ele, isso não é necessariamente um problema, já que se trata de uma obra aberta. "O público de 'Os Dez Mandamentos' deve estar ciente de que a novela é uma livre adaptação dos livros bíblicos de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e que, portanto, não tem a intenção de ser fiel ao registro bíblico, mas sim de misturar Bíblia, história e ficção num único pacote de entretenimento televisivo", disse.
Ainda para o especialista, o folhetim não tem como intuito cristianizar o público, mas ele reconhece que exista propósitos evangelizadores por conta de sua relação com a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), liderada por Edir Macedo.
"Não entendo que a novela queira dar aula de religião necessariamente. O tema por si só é religioso e, portanto, a consequência natural é que a religião esteja bem presente durante toda a novela. Por outro lado, ela pode ter 'propósitos evangelizadores, proselitistas'. Não devemos nos esquecer de que o dono da emissora é um bispo da IURD, e é esperado que todo o enredo tenha a intenção, de certo modo, de propagar a fé cristã e de angariar novos fieis, sobretudo e especialmente para o arraial 'iurdiano'", afirmou ele.