Carlos Villagrán, ator que interpretou Quico na série "Chaves", disse que irá se recordar de Roberto Gómez Bolaños como "amigo" e um "familiar" e pediu aos fãs que orassem pelo humorista mexicano. Bolaños morreu aos 85 anos nesta sexta-feira (28), em sua casa em Cancún, no México. A causa da morte não foi divulgada.

"Por toda a vida, irei lembrar de Roberto como um amigo, maestro, companheiro de trabalho e um familiar, porque chegamos a ser uma família dentro do programa. Lembro-me muito bem de tudo porque é algo que não se pode remover", afirmou Villagrán em entrevista ao site do jornal "El Universal".

"Já se esperava [a morte de Bolaños], mas não deixa de ser triste. Eu conheci muito bem o Roberto, e ele queria que todo mundo risse. E gostaria que todas as pessoas fizessem uma oração por ele", contou.

"Foi uma pessoa muito espirituosa, porque fazer um programa totalmente limpo, saudável, em que as pessoas riam com puras bobagens, não era fácil", completou.

A relação entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán não era das melhores, principalmente após a saída do ator do elenco de "Chaves", no fim dos anos 1970. Proibido de encarnar o personagem no México, ele foi obrigado a rumar para a Venezuela, onde estrelou a própria série, num formato similar ao seriado original, o que despertou a ira de Bolaños.

Após experimentar sucesso internacional com o seriado, Bolaños registrou os personagens em seu nome, impedindo que os atores os revivessem em projetos solo.

O desentendimento com Villagrán, que também envolveu os direitos do personagem, reacendeu ainda uma antiga rixa com o intérprete do Quico. Antes de se casar com o criador do Chaves, Florinda Meza, a Dona Florinda, chegou a namorar Carlos Villagrán.

Por causa dos entreveros, Roberto Gómez Bolaños vetou a participação de Maria Antonieta e Villagrán em uma homenagem do canal "Televisa", nos 40 anos de "Chaves".