Com Fernanda Abreu, especial desvenda mistérios do "Verão da Lata"

Do UOL, em São Paulo

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    Policiais analisam latas de maconha encontradas no litoral paulista em 5 de outubro de 1987

    Policiais analisam latas de maconha encontradas no litoral paulista em 5 de outubro de 1987

No dia 6 de dezembro, às 22 horas, o canal History vai desvendar o mistério do "Verão da Lata". O documentário vai revelar detalhes das 22 toneladas de maconha que caíram no litoral brasileiro entre 1987 – 1988. 

Em latas de metal, similares às de leite em pó, a droga invadiu principalmente as praias do Rio de Janeiro e de São Paulo, desencadeando uma série de eventos econômicos, comportamentais e criminais surpreendentes.

Dirigido por Tocha Alves e Haná Vaisman e produzido pela Suju Filmes , o especial conta com depoimentos de investigadores de polícia e agentes do órgão norte-americano DEA (Drug Enforcement Administration) a personalidades como Perfeito Fortuna, Fausto Fawcett, Eduardo Bueno, Marina Person, Taciana Barros, Lawrence Whaba, Bia Abramo, Lobão, Roger Moreira e a cantora Fernanda Abreu, que alguns anos depois lançou o hit "Veneno da Lata", inspirado no episódio e que popularizou a gíria nascida naquele período: "da lata".

Detalhes

O carregamento tinha saído de um pequeno navio chamado Solana Star, que vinha da Tailândia e estava na costa do Rio de Janeiro esperando para repassar a maconha a outros dois barcos, cujo destino era Miami. A polícia brasileira, porém, recebeu do DEA – o órgão de combate ao tráfico de drogas dos Estados Unidos, criado no início dos anos 1980 – um aviso de que um navio carregado de maconha estaria passando pelo litoral do Brasil, e pediu ajuda à Marinha para localizar a embarcação. Mas a missão foi deixada de lado após algumas buscas sem sucesso.

O Solana Star só não foi pego porque a viagem da Tailândia atrasou alguns dias, mas, quando o barco se aproximava da costa brasileira, um tripulante percebeu que havia uma fragata da Marinha fazendo buscas e, num ato de desespero, o carregamento de mais ou menos 15 mil latas foi lançado ao mar.

Após se livrar das latas, a tripulação do Solana Star pediu autorização para entrar com o navio no porto do RJ, a fim de realizar reparos no motor. O barco atracou e quase todos os integrantes, com exceção do cozinheiro Stephen Skelton, deixaram o Brasil nos dias seguintes. Em função disso, quando a polícia reconheceu o Solana como o barco que estava sendo procurado, apenas Skelton, que ainda estava no Rio, foi preso – e o especial conta o motivo de ele ter continuado no Brasil.

O cozinheiro foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado, mas ficou detido por apenas um ano. Não havia como provar sua relação com as latas encontradas no litoral, e a quantidade de maconha achada dentro do barco era ínfima. Já o responsável pelo comando da operação foi preso em Miami na véspera de viajar ao Brasil. 

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