Pedro Bial disse na manhã desta sexta-feira (13) que Chacrinha se mantém como referência para a televisão brasileira e citou a fase depressiva do apresentador. José Abelardo Barbosa de Medeiros, também conhecido como Chacrinha, faleceu em 1988 de infarto do miocárdio, insuficiência respiratória e carcinoma pulmonar - um tumor canceroso.

"Abelardo Barbosa criou de maneira tão inconsciente que, quando em 1972 a Elke Maravilha o chamou para assistir a uma peça de teatro, o 'Vivo bordão encarnado', sobre o folclore nordestino, viu a figura do 'velho safado', 'velho pedegueba' cercado pelas pastoras", descreveu Bial, durante o "Encontro com Fátima Bernardes", ao citar o surgimento do personagem Chacrinha e as suas chacretes. "Ele  tinha crise de depressão, o que se chamava na época de 'maníaco-depressivo'", contou.

"Chacrinha está presente em tudo o que se faz na televisão. Ele trouxe a informalidade brasileira para a televisão, que ainda era formal, engravatada, um veículo de elite", exclamou Bial. "O Chacrinha derrubou barreiras. Para ele, toda a música que o povo gostava era boa", acrescentou.

E comparou. "A Valesca Popozuda só existe porque existiu o Chacrinha", avaliou.

Pedro Bial e Rodrigo Nogueira assinam o texto de "Chacrinha, o Musical". Com um repertório eclético, o cenário tenta resgatar a irreverência, o pop e o psicodélico dos programas de Chacrinha.

O elenco de 22 atores-cantores-bailarinos e seus mais de 500 figurinos compõem a produção, que também dará vida a familiares do "Velho Guerreiro" e a personalidades que fizeram parte de sua trajetória, como Boni, Elke Maravilha, Dercy Gonçalves, Ney Matogrosso, Elba Ramalho e Clara Nunes.

Com orçamento de R$12 milhões, a montagem é assinada pela Aventura Entretenimento, uma das maiores produtoras de musicais do país, que já tem em seu currículo "Elis, a Musical", sobre a vida da cantora Elis Regina, e "Se Eu Fosse Você, o Musical", inspirado no filme dirigido por Daniel Filho.