"Maior nudez é da alma", diz Amora Mautner sobre série "Eu Que Amo Tanto"
Giselle de AlmeidaDo UOL, no Rio
Quatro atrizes glamourosas sangrando em cena. Para contar histórias de amor que desequilibram, que extrapolam os limites e que desafiam a sanidade de mulheres que chegam ao ponto de querer matar seus companheiros, a diretora Amora Mautner queria intérpretes do primeiro time que se jogassem no desafio sem vaidade ou julgamento na série "Eu Que Amo Tanto", que estreia no "Fantástico" neste domingo (9). "Perguntei a elas: vocês querem se expor? Porque tem até um peitinho ou outro, mas a maior nudez é da alma", afirma ela, que convocou Mariana Ximenes, Carolina Dieckmann, Marjorie Estiano e Susana Vieira para a missão.
Sem maquiagem e com o corpo à mostra, Carolina diz que não poderia aparecer de outro jeito para viver Zezé, uma mulher sofrida que resolve aceitar as traições do companheiro, Osório (Antonio Calloni), para não perdê-lo. "São mulheres em carne viva", conta ela, que acredita que o público vá se identificar com a história em maior ou menor grau. "Minha temperatura não é igual à dessas mulheres, não tenho essa experiência. Mas todas já sofreram de alguma maneira. Acho que a série tem uma função social, quem sabe ajude mais mulheres", torce ela, cuja personagem é interpretada por Mel Maia na infância. A cena, que sugere abuso por um pedófilo, no entanto, aposta na sutileza para tratar de um tema tão delicado. "Nenhuma criança vai entender", afirma Amora.
Carolina, que diz já ter tido suas "loucurinhas" na época de perder a virgindade e com ex-namorados, por exemplo, afirma que amou demais na época do nascimento do filho mais velho, Davi. "Eu não queria dormir. O médico colocava comprimido na minha boca e eu cuspia. Depois de 14 dias eu cedi. Era um amor que não cabia no meu peito, não deixa de ser loucura, um destempero", lembra.
Mariana, que interpreta a sonhadora Leididai no episódio de estreia, diz não lembrar de nenhum ato extremo que tenha feito por amor. Mas diz que, como qualquer uma, já perdeu o controle. "Quantas vezes eu chorei no banheiro", lembra. Na trama, a personagem enfrenta a rotina das visitas à penitenciária para ter a companhia do amado Zé Osmarino (Márcio Garcia), por quem é tão apaixonada que chega a tatuar o nome dele no cóccix. "Usei muito a minha intuição neste trabalho, e não julgo a Leididai em nenhum momento. O que é amor e o que é doença? Acho que o limite é não machucar a si mesmo", conta ela.