Maisinha diz ter "vergonha" de fase mirim e se considerar criança grande
Amanda SerraDo UOL, em São Paulo
Aos 12 anos, Maisa Silva, ou apenas Maisinha -- a garota que começou na televisão brasileira aos três anos de idade, após participar de um programa de calouros -- não pretende se tornar a nova Hebe. Ela também não pensa em namorar, inclusive, continua "BV" (boca virgem) e se considera uma "criança grande". Em entrevista ao UOL, a jovem que tem nove anos de carreira conta que aproveitou suas férias para repaginar a imagem.
"Estava focando em coisas maiores, renovando minha imagem. A pré-adolescência é uma fase de renovação. Não sou nem uma criancinha, nem uma adulta, estou no meio termo. Sou uma criança grande, digamos assim. Não posso aparecer com um vestidinho e cachinhos (seu antigo figurino), mas também não posso usar salto alto, roupa colada. Tenho que ir com cuidado. Você pode ver que estou de saia, mas com um short por baixo. Uma roupa de moleca. Minha stylist no dia a dia sou eu, e minha mãe", afirmou ela, que não pretende abandonar os cachinhos de infância de vez.
Espevitada e tendo como marcas registradas suas respostas na ponta da língua e sinceridade, principalmente ao patrão Silvio Santos, Maisa confessou se envergonhar de seu antigo 'eu'. "Sinto vergonha alheia pela Maisa criança. Era loucona. Acho engraçado ver quando eu comecei, parece outra pessoa. Dou altas risadas comigo mesma", disse em tom de brincadeira.
Afastada das telinhas desde julho de 2013, quando terminou a novela infantil "Carrossel", do SBT, Maisa usou o tempo livre para fazer 'coisas de pessoas de 12 anos'. "Agora, posso ver filmes para minha idade, gosto também de ler, viajar. Pratiquei hipismo neste período. Adoro cavalos, tenho um chamado Fiel". Recentemente, ela estreou como repórter no programa "Mundo Pet", do SBT. A atração terá 13 episódios.
Apesar da maturidade e espontaneidade, a "nova" Maisa não pensa em namorado, como sua amiga Larissa Manoela (Maria Joaquina), 13, que namora há um ano o ator Matheus Chequer, 17 anos. "Tenho uma carreira muito boa, amigos bons, para quê namorado? Ainda continuo 'BV' com certeza", disse ela, sem graça.
Comparada à apresentadora Hebe Camargo, que morreu em setembro de 2012, Maisa prefere deixar a analogia de lado e confiar em sua própria imagem. "A Hebe é a rainha da televisão brasileira e não vai ter ninguém que possa ocupar o lugar dela. Não procuro ser como ela era, ninguém será. Procuro seguir os passos positivos que ela deu, mas não ser a nova Hebe. Só tentar ser a Maisa".
Ainda em 2014, Maisa lançará um EP que reúne cinco músicas, sendo duas regravações das canções que gravou quando era pequenina.
"Adquiri maturidade durante a minha vida"
Com uma rotina atarefada e uma infância diferente das outras crianças, a atriz reconhece a correria das gravações e dos estudos, entretanto não considera seu ofício um fardo. "Enquanto a gente fizer o que a gente gosta não é trabalho. Quando digo que vou para meu trabalho, na verdade é só uma palavra. Não descreve o que eu faço", afirmou.
"Adquiri maturidade durante a minha vida. Não é que amadureci antes da hora, cada um tem seu ritmo. Posso ter muita coisa para falar, mas é porque leio bastante, me informo. E claro que ter contato com adultos na televisão acrescentou no meu vocabulário. Sou uma pessoa normal", completou a atriz, cantora e apresentadora.
Questionada sobre o que gosta mais de fazer, Maisa é direta: "Atuo apresentando e apresento atuando". No entanto, a jovem deixa transparecer que teledramaturgia não é muito sua área. "Nunca me imaginei como atriz, achava que nunca ia conseguir decorar um texto. Surpreendi-me comigo mesma durante 'Carrossel'. Éramos diamantes brutos [como os diretores do folhetim classificavam os artistas iniciantes], que eles tinham que esculpir. O primeiro dia de gravação foi um desastre, tivemos que gravar várias vezes a mesma cena. No início, a gente não estava atuando muito. Depois melhoramos e me consagrei como atriz, a novela foi um sucesso".
Para o futuro, Maisa sonha apenas em conhecer o ídolo Justin Bieber, estudar artes cênicas, moda ou comunicação social e continuar trilhando seu caminho.
"Fama para mim é ser reconhecida nas ruas, mas não sair esnobando as pessoas ou me achar melhor por estar na mídia. A fama precisa ser lidada com cuidado. Você não pode extrapolar, tem que tomar cuidado, e principalmente, ser um ser humano bom. Se você é um ser humano bom, você não precisa ficar segurando as rédeas ou ficar tentando ser quem você não é, você será natural e não terá problemas com a mídia. A fama pode atrapalhar ou ajudar. A minha nunca atrapalhou, ela é apenas consequência daquilo que eu faço", declarou a artista mirim.