Para jurado do "Masterchef", bom cozinheiro deve abrir mão da vida pessoal
Amanda SerraDo UOL, em São Paulo
Caricato, o chef de cozinha francês Erick Jacquin nega seguir um perfil ou encarnar o papel do cozinheiro carrasco na versão brasileira do "Masterchef", mas assume ser exigente e workaholic [pessoa viciada em trabalho].
"Sou a mesma pessoa quando estou trabalhando com a minha equipe. Sou exigente, crítico, gosto de perfeição e não gosto de esperar. Precisa ser rápido. Quem cozinha tem obrigação de ser bom cozinheiro, bom profissional e tudo isso com alegria. Sou desse jeito", declarou. E quanto aos deslizes – "Pode errar, mas não pode servir para o cliente", afirmou em entrevista ao UOL.
Para o chef, três características são imprescindíveis em um cozinheiro: "Não pode ser preguiçoso, tem que gostar de comer e beber e não pode dar preferência para sua vida pessoal", declarou Jacquin.
Com um temperamento explosivo e comentários ácidos com direito a caras e bocas, Erick descobriu um novo talento graças ao reality show exibido na Band – a vocação para ser artista. O empresário não se faz de rogado e está aguardando convites para continuar na TV. Ele também faz planos para estrear no teatro com uma peça sobre gastronomia.
"Adoro conversar com as pessoas, ouvir opiniões e não me importo de ser criticado, faz parte do jogo. Nunca gostei da solidão, gosto de gente. As pessoas podem me acompanhar pelas redes sociais. Adoro humor e gostaria mesmo de continuar na televisão, estou esperando o convite, mas já tenho algumas propostas."
No Brasil desde 1995, Erick foi dono do restaurante La Brasserie, referência da culinária francesa na cidade de São Paulo, mas o estabelecimento acabou falindo em novembro de 2013. Atualmente, Jacquin é responsável pela cozinha do bistrô Tartar&Co e chef consultor do La Cocotte Bistro, além de ser cuidar do cardápio do restaurante La Brasserie de la Mer em Ponta Negra, Natal.
Questionado sobre as brigas que já aconteceram em sua cozinha, Eric assume que já protagonizou muitas e que esse é o seu papel quando está no controle. "Já briguei com muitos cozinheiros. Brigo, falo o que deve ser falado e tomo a decisão que preciso. Depois, esqueço tudo e tudo volta ao normal. E afinal, quem é o chef? Se eu discuto com o assistente é porque estou certo. Não brigo por nada."
Nas aulas do premiado cozinheiro francês não tem moleza. Caso não goste da comida feita, ele não hesita em dispensar. "Já joguei prato no lixo para o bem do cliente".