Atriz de X-Men e Hemlock Grove diz que sempre faz "devoradora de homens"
Do UOL, em São Paulo
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Henrique ManrezaNetflix
A atriz Famke Janssen da série "Hemlock Grove" posa para fotos em São Paulo
Ainda que não tenha feito tanto sucesso quantos suas irmãs de Netflix, "Orange is The New Black" e "House of Cards", "Hemlock Grove" garantiu sua terceira e última temporada recentemente graças ao sucesso que fez entre os fãs.
Representante do gênero de horror teen, "Hemlock Grove" é baseada no livro escrito por Brian McGreevy, se passa em uma cidade do interior da Pensilvânia e, lembrando um dos maiores suspenses da dramaturgia americana, "Twin Peaks", parte do assassinato de uma adolescente.
Os desdobramentos do crime, no entanto, não são o foco da trama, que é centrada mais na relação da misteriosa Olívia Godfrey (Famke Janssen) e sua família disfuncional: o filho Roman (Bill Skarsgard), que lembra Edward da saga "Crepúsculo" tanto na aparência quanto nas inclinações vampirescas, e a filha Shelley (Nicole Boivin), que esconde deformações físicas no rosto sob uma peruca medonha.
A holandesa Famke Janssen, conhecida por ter feito a Jean Grey em "X-Men", é, sem dúvidas, o destaque do elenco na pela da matriarca Godfrey. A atriz esteve em São Paulo recentemente para divulgar a série e disse estar empolgada para ver os desdobramentos da segunda temporada. "Gosto da maneira como Olivia se desenvolveu e como, talvez merecidamente, ela tenha terminado a primeira temporada em um saco para cadáveres", contou a atriz, acrescentando que no segundo ano da série, a personagem, antes fria e calculista, ficou mais complexa porque ganhou emoções.
"Gosto de ver como, da primeira para a segunda temporada, a personagem, que nunca teve emoções, a partir do momento em que as tem, não sabe como lidar com elas. Mesmo assim, seguimos vendo momentos em que a Olivia má reaparece - ou talvez ela apenas não consiga evitar", analisou a atriz em conversa com o UOL em um hotel, em São Paulo.
Lembrada como Jean Grey de "X-Men", Famke estreou em Hollywood como uma Bond Girl, em "Goldeneye" (1995) e acabou ficando marcada por sempre fazer papéis "femme fatale". Consciente disso, ela disse que tenta se desvencilhar da imagem, escolhendo personagens diferentes quando faz filmes independentes. Com bom humor ela contou que frequentemente é escalada para viver "mulheres fortes, devoradoras de homem, que viram a Fênix" porque "são mulheres maiores que a vida". "Provavelmente porque sou alta", brincou.
"Vivemos pressão para parecer jovem"
Aos 48 anos, Famke também comentou o fato de sua personagem em "Hemlock Grove" não envelhecer e relacionou essa característica com a pressão pela beleza e juventude vivida pelas atrizes.
"Isso não afeta apenas Hollywood. Nós damos um exemplo para mulheres. Há muita pressão em cima das mulheres na nossa sociedade para parecer jovem, saudável, magra, isso e aquilo. É um jeito muito ruim de viver. Os homens, não passam por isso. Não são julgados pela aparência da mesma forma que mulheres", afirmou.
A atriz disse que tenta driblar as exigências das indústrias cinematográfica e televisiva, tentando diversificar suas áreas de atuação." A única coisa que penso que posso fazer no momento é encontrar longevidade na minha carreira em outras áreas, como escrevendo, dirigindo e produzindo. Não quero ser controlada por quão bem ou mal eu envelheço ou quantas plásticas eu fiz, ou se sou convidada para fazer esse ou aquele filme por causa da minha aparência. Espero que eu possa mostrar para as mulheres que temos várias outras capacidades e não apenas a nossa aparência", concluiu.