"Meu diferencial é que eles têm talento, eu não", diz Lucas Salles do "CQC"
Renato Damião
Do UOL, no Rio
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Divulgação
Lucas Salles é o novo repórter do "CQC"
Anunciado na última semana como o mais novo repórter do "CQC", Lucas Salles está ansioso para vestir o terno preto característico dos integrantes do programa. Em entrevista ao UOL, o ator, roteirista e escritor, contou que "não vê a hora de ser jogado na cova dos leões". E brincou quanto ao seu diferencial: "Eles têm talento, eu não", disse aos risos.
O convite para integrar o elenco da atração partiu dos produtores do "CQC" que haviam assistido alguns vídeos estrelado por Lucas no Parafernalha, canal de humor do Youtube. "O pessoal do 'CQC' também assistiu e gostou", explicou Lucas. Ele havia acabado de terminar de gravar a novela "Além do Horizonte", da Globo.
Indagado se titubeou na hora de abandonar a emissora pela Band, Lucas negou. "Acho que um ator que tem em mente que precisa ser bom aceita qualquer desafio independente da mídia. Acho que precisamos descobrir novos caminhos, traçar novos projetos e apostar. Ser repórter agora é uma aposta tanto da Band quanto minha", opinou. "É uma coisa séria que envolve notícias, entrevistas, pensamento rápido, uma série de coisas que um ator não está acostumado", completou.
Sem saber ainda ao certo qual tipo de cobertura fará no programa, Lucas afirmou estar preparado para tudo, mas revelou um desejo pelas manifestações que podem ocorrer durante a Copa do Mundo. "Adoraria cobrir uma passeata durante a Copa, porque tenho certeza que vai acontecer. Esse é um ano muito importante para o Brasil, além dos 50 anos do Golpe Militar, temos a Copa e as eleições. É um prato cheio para o jornalismo, para quem quer ouvir o que o povo tem a dizer", disse.
Quanto ao movimento "Não Vai Ter Copa", ele ponderou: "Acho que a Copa pode ser importante, mas um país precisa também de saúde, educação e investimento cultural. Sou ator e sei que o mês de junho será difícil para as artes".
"Não concordo com quebra-quebra"
"Antenado" com as notícias políticas ("Meu pai é advogado e professor"), Lucas contou que não teve oportunidade de participar das passeatas que aconteceram em 2013, no Rio. Mas que não concordou com o quebra-quebra do grupo de "baderneiros" em algumas manifestações. "Acredito em uma forma pacífica de protestar", frisou.
Acho que um ator que tem em mente que precisa ser bom aceita qualquer desafio independente da mídia. Acho que precisamos descobrir novos caminhos, traçar novos projetos e apostar sobre ida para o "CQC"
Sabendo que suas opiniões podem ganhar os noticiários a partir de agora, Lucas criticou jornalistas que "abusam do seu poder de opinião". "Há uma diferença monstruosa entre comentar em um perfil do Facebook e comentar em um programa nacional, na TV aberta. Se você pensa que alguém deve ser preso ou morrer melhor você escrever em um blog, em um livro", citou.
Sobre alguém que ele gostaria de entrevistar, Lucas revelou ser grande fã do ator Jerry Lewis. "Sou fã desde que tenho 10 anos, acho que se eu tivesse essa oportunidade iria abraçá-lo", finalizou.
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