Após 13 anos e mais de 400 episódios, "A Grande Família", da Rede Globo, se despede do público com o sentimento de dever cumprido. A 14ª quarta e última temporada do programa estreia nesta quinta (10), depois da novela "Em Família". 

"Há mais ou menos três anos, já começamos a pensar na despedida, não queríamos ser pegos de surpresa ou pela falta de audiência ou por problema com o elenco, e isso foi bom. Estamos tristes, é claro, mas sentir saudade é um bom sinal", disse Guel Arraes, diretor de núcleo, em entrevista coletiva realizada no mês passado.

Para ele, o grande mérito do programa foi manter um grupo coeso e unido. "Nunca havia trabalhado tanto tempo com as mesmas pessoas, só deu certo porque realmente nos tornamos uma família", afirmou.

Para fechar com chave de ouro, Luis Felipe, diretor do humorístico, preparou o retorno de Nenê (Marieta Severo) e Lineu (Marco Nanini) ao núcleo da família Silva. Na última temporada, eles haviam se aventurado em uma viagem de barco.

"Por causa de uma crise, Nenê e Lineu estão de volta, dessa vez estamos apostando nos conflitos de cada personagem", explicou Felipe. Por conflitos, entende-se o desejo de Bebel (Guta Stresser) de engravidar, as questões de Tuco (Lúcio Mauro Filho) por nunca ter se firmado na vida e até mesmo a ida da matriarca da família para a análise.

"Vamos brincar também com flashback e voltar ao ano de 74, quando Lineu e Nenê se conheceram, e de 94 quando Agostinho (Pedro Cardoso) e Bebel se casaram", adiantou o diretor.

Não faltarão participações especiais ao longo dos 23 episódios. Grazi Massafera viverá uma stripper, Eva Wilma será a analista de Nenê e Maria Clara Gueiros está de volta no papel de Lurdinha, dessa vez a empregada da família.

Álamo Facó, Luís Miranda, Gregório Duvivier são também darão as caras na atração. E o tema de abertura, antes cantado por Dudu Nobre, dessa vez ficará na voz de Zeca Pagodinho.

Adriana Falcão, roteirista da série, comparou a despedida do programa como o "grito do Ipiranga". "Estar participando desse último ano é um momento histórico", frisou. Já Mauro Wilson, também roteirista, disse ser uma "honra e uma responsabilidade".

"Dá um susto pensar que cada episódio escrito é menos um", disse. E Guel Arraes contou que jamais acreditou que "A Grande Família" manteria há tantos anos no ar. "Quando estreou achei que 17 programas eram muito e passamos dos 400. Conseguimos manter a criatividade e não perdemos nenhum ator para as novelas", comemorou.